Essa
história se tornou folclórica nos bastidores políticos. Era início da
década de 50 e um ansioso Agamenon Magalhães, governador de Pernambuco à
época, se dirigia a sua equipe:
- Quanto tempo levará para que a ponte esteja pronta?
O assessor respondeu:
- Nove a doze meses.
- Tudo isso?? se espantou o governador, que de repente teve um lampejo:
- E se estivéssemos em guerra, demoraria quanto?
Assessor:
- Ah, nesse caso uns três meses.
Agamenon encerrou a conversa:
- Então declaro guerra!
Décadas depois, vivendo a pior estiagem dos ltimos 50 anos, tudo o que o povo sertanejo gostaria era que o poder pblico notadamente o Federal – declarasse guerra à seca. Viabilizando, com regime especial, obras estratégicas como a Transposição do Rio São Francisco.
Aliás, se há algo que valha a pena nesta experiência trágica é a convicção da necessidade da transposição, junto com as obras complementares, para garantir no futuro uma convivência mais humana com as estiagens prolongadas.
A única guerra declarada até o momento pela presidenta Dilma Rousseff, porém, ocorre em outro front, muito distante das dores e mortes em curso nos Sertões.
Estou me referindo aos estádios da Copa do Mundo de Futebol.
De fato, o regime especial que tanto gostaríamos de ver nas obras da transposição está funcionando nos gramados, com aportes céleres e desburocratizados de recursos, viabilizados por Medida Provisória (497/2010) que criou o RECOM, Regime Especial de Tributação para Construção, Ampliação, Reforma ou Modernização de Estádios de Futebol.
Desde que iniciaram, há dois anos, os estádios já demandaram mais de 28 bilhões de reais. E a expectativa é que sejam desembolsados algo próximo de 130 bilhões até o apito inicial.
Pressionado pelo calendário da Copa das Federações, maciço aporte acabou de ser liberado pelo Governo Federal para os cofres das construtoras dos estádios, dobrando a quantidade de trabalhadores contratados. Foram três mil novas aquisições somente na ultima semana para o Maracanã
A pergunta que não quer calar é: se é possível operar em regime especial as obras da copa, por que não se aplica ação análoga nas obras da transposição?
A lerdeza como esta obra está sendo tocada é um desafio a paciência do sertanejo. E a depender do ritmo empregado até aqui, esta é uma obra candidata a não ter fim – pois quando se chega à ponta, o início demandará novos reparos, o que pode ser testemunhado nos canais de Cabrobó.
Uma preocupação que compartilhei recentemente com o senador Cássio Cunha Lima, que prontamente levou ao plenário do Senado, em pronunciamento contundente onde criticou a Dilmocracia que trava infraestrutura tão estratégica para o Nordeste.
Assim como Cássio, mais parlamentares da região podem – e devem – combater a adoção, por parte do Governo Federal, de pesos e medidas tão diferenciados.
Não quero desmerecer a importância dos eventos esportivos, mas a comparação é inevitável: a fome e sede do povo nordestino valem menos do que o futebol?
- Nove a doze meses.
- Tudo isso?? se espantou o governador, que de repente teve um lampejo:
- E se estivéssemos em guerra, demoraria quanto?
Assessor:
- Ah, nesse caso uns três meses.
Agamenon encerrou a conversa:
- Então declaro guerra!
Décadas depois, vivendo a pior estiagem dos ltimos 50 anos, tudo o que o povo sertanejo gostaria era que o poder pblico notadamente o Federal – declarasse guerra à seca. Viabilizando, com regime especial, obras estratégicas como a Transposição do Rio São Francisco.
Aliás, se há algo que valha a pena nesta experiência trágica é a convicção da necessidade da transposição, junto com as obras complementares, para garantir no futuro uma convivência mais humana com as estiagens prolongadas.
A única guerra declarada até o momento pela presidenta Dilma Rousseff, porém, ocorre em outro front, muito distante das dores e mortes em curso nos Sertões.
Estou me referindo aos estádios da Copa do Mundo de Futebol.
De fato, o regime especial que tanto gostaríamos de ver nas obras da transposição está funcionando nos gramados, com aportes céleres e desburocratizados de recursos, viabilizados por Medida Provisória (497/2010) que criou o RECOM, Regime Especial de Tributação para Construção, Ampliação, Reforma ou Modernização de Estádios de Futebol.
Desde que iniciaram, há dois anos, os estádios já demandaram mais de 28 bilhões de reais. E a expectativa é que sejam desembolsados algo próximo de 130 bilhões até o apito inicial.
Pressionado pelo calendário da Copa das Federações, maciço aporte acabou de ser liberado pelo Governo Federal para os cofres das construtoras dos estádios, dobrando a quantidade de trabalhadores contratados. Foram três mil novas aquisições somente na ultima semana para o Maracanã
A pergunta que não quer calar é: se é possível operar em regime especial as obras da copa, por que não se aplica ação análoga nas obras da transposição?
A lerdeza como esta obra está sendo tocada é um desafio a paciência do sertanejo. E a depender do ritmo empregado até aqui, esta é uma obra candidata a não ter fim – pois quando se chega à ponta, o início demandará novos reparos, o que pode ser testemunhado nos canais de Cabrobó.
Uma preocupação que compartilhei recentemente com o senador Cássio Cunha Lima, que prontamente levou ao plenário do Senado, em pronunciamento contundente onde criticou a Dilmocracia que trava infraestrutura tão estratégica para o Nordeste.
Assim como Cássio, mais parlamentares da região podem – e devem – combater a adoção, por parte do Governo Federal, de pesos e medidas tão diferenciados.
Não quero desmerecer a importância dos eventos esportivos, mas a comparação é inevitável: a fome e sede do povo nordestino valem menos do que o futebol?
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