PF vai investigar pagamento de propina e desvio de recursos no ‘Minha casa, Minha Vida’


29.04.2013 - 07:31

O dinheiro era depositado na conta da construtora Souza e Lima, criada pelo gerente-geral da RCA, Valmir Lima, e por Valdemar de Souza Júnior, engenheiro da RCA.




O Ministério das Cidades informou, por meio de nota divulgada por sua assessoria de imprensa, que o ministro Aguinaldo Ribeiro solicitou à Polícia Federal que investigue as denúncias sobre a suposta cobrança de propina e desvios de recursos no programa Minha Casa Minha Vida, denunciada por reportagem do GLOBO na edição deste sábado.

O pedido foi feito hoje diretamente ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que autorizou a investigação. No dia 16, Ribeiro já havia determinado a abertura de uma sindicância interna e solicitou uma auditoria da Controladoria Geral da União (CGU).
 
Também neste sábado, o líder do Mobilização Democrática (MD, ex-PPS) na Câmara, Rubens Bueno (PR), anunciou que o partido vai convocar o ministro das Cidades, o ex-diretor de Produção Habitacional do Ministério Daniel Vital Nolasco, filiado ao PCdoB, sócio da RCA Assessoria, além de empresários e representantes do banco Luso Brasileiro para dar explicações. Bueno e o deputado Arnaldo Jardim (MD-SP) vão apresentar o requerimento de convocação na próxima segunda-feira, na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara.
 
— Já vimos esse filme no Ministério dos Esportes, comandado pelo PCdoB, onde Ongs ligadas a filiados do partido eram usadas para desviar dinheiro público. É preciso uma ampla investigação para rastrear onde foi parar o dinheiro da propina que, segundo a denúncia, era paga ao senhor Daniel Nolasco — cobra Rubens Bueno.
 
"A vigilância permanente é fundamental para garantir a transparência e a correção na aplicação dos recursos do programa MCMV, reconhecido internacionalmente por atender a população de baixa renda e gerar impacto positivo na economia do pais", diz a nota do Ministério das Cidades.
 
Na edição deste sábado, o GLOBO informou que pequenos construtores subcontratados para tocar obras do Minha Casa Minha Vida em municípios com menos de 50 mil habitantes só obtinham os contratos se pagassem propinas, que variavam entre 10% e 32% do valor do imóvel construído, à empresa RCA. O dinheiro era depositado na conta da construtora Souza e Lima, criada pelo gerente-geral da RCA, Valmir Lima, e por Valdemar de Souza Júnior, engenheiro da RCA.
 
O dono da KL Construções, Rubens Amaral, por exemplo, afirmou ao GLOBO que repassou mais de R$ 400 mil para a RCA liberar o dinheiro das casas populares que construiu no Maranhão. Os recursos para as obras são liberados pelo Ministério das Cidades para o banco Luso Brasileiro, e a RCA atua como correspondente bancária da instituição.
 
O Globo

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