14/06/2013 02h47
- postado por Luís Tôrres
Em
se tratando de planos eleitorais, político costuma “admitir”. Admite
que pode se candidatar a isso, pode disputar aquilo. Em se tratando de
planos eleitorais, raramente nega ou confirma algo. Por isso que
surpreende a posição adotada pelo vice-governador Rômulo Gouveia,
presidente do PSD paraibano.
Em entrevista ao Conexão Direta desta quinta-feira, Gouveia excluiu
todos os “poréns” e “senões” pra dizer que é candidato ao Senado da
República “de todo jeito”. Ao ser provocado a traduzir o real sentido da
expressão “de todo jeito”, Gouveia não hesitou: “Significa que somente o
povo pode dizer se serei ou não senador”.
Disse que queria ser candidato ao Senado, que já tinha o estímulo
nacional do PSD para isso e que não acreditava que fosse impedido de ser
por quem quer seja. Inclusive pelo senador Cássio Cunha Lima, que tende
a defender um nome do PSDB para chapa de Ricardo Coutinho (PSB).
“Se não acontecer, ficarei muito decepcionado”, disse Rômulo,
destacando 33 anos de lealdade política ao senador tucano. “Já deixei
partidos para seguí-lo”, completou, cobrando reciprocidade.
Questionado se poderia deixar a chapa do PSB para manter sua convicta
candidatura ao Senado, Rômulo Gouveia freiou. “Não me vejo fora da chapa
porque não vejo que não serei candidato ao Senado. Tenho um compromisso
com a reeleição do governador Ricardo e já disse isso”, finalizou.
A convicção de Rômulo tem algo mais do que “marcar território” contra a
chegada de novos baianos à chapa de Ricardo. Supõe o desejo dele de
afastar definitivamente a imagem de que continua o mesmo Rômulo de
outrora. O mesmo que foi ser candidato a prefeito de Campina em 2004 sem
querer muito porque pensava na presidência da Assembleia ou que deixou
de ser candidato à reeleição na Câmara Federal para ser candidato a
vice-governador em 2010.
Rômulo sentiu que chegou a hora da completa autonomia política. Não é
mais tão “Rômulo de Cássio” assim. Transformou-se naquilo que todos
temiam quando ameaçou deixar o PSDB para assumir o comando do PSD: agora
é matriz.
Luís Tôrres
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