Postado às 18h14
por Luís Tôrres
Ainda estávamos em abril de 2011 quando a
discussão sobre permuta de terrenos entre o governo do Estado e o
empresário Roberto Santiago começou a ser travada. Para a oposição,
terreno fértil para acusações das mais diversas.
Para que a permuta não germinasse, plantou-se de tudo, mesmo diante do
fato de que a troca apresentava vantagem indiscutível para o governo,
que teria novos prédios construídos da Acadepol, Central de Polícia e
IPC, e para o Estado, que teria quatro mil empregos gerados com a
chegada de mais um shopping Center de grande porte.
Dois anos e dois meses de um processo direcionado de criminalização
contra a permuta, que provocou exposição de deputados em outdoors e até
CPI na Assembleia, o Ministério Público Estadual, o Tribunal de Justiça
da Paraíba e o Tribunal de Contas do Estado entenderam, ao final, que a
transação atendia as exigências formais e, mais do que isso, não trazia
prejuízos ao erário.
Ao contrário, restou provado que prejuízo mesmo só diante do retrocesso
que a criminalização imprimiu à permuta. Se a mão que se levantou
contra a permuta, perpetrada por deputados estaduais, incluindo o
prefeito Luciano Cartaxo, não tivesse trabalhado tanto contra uma troca
que previa órgãos públicos e geração de emprego e renda, já teríamos
gente vivendo do shopping e policiais civis com novas estruturas.
O processo de criminalização da permuta levou algumas lideranças da
oposição a tratar o caso como um dos mais escandalosos da Paraíba, sem
saber que escândalo maior é um estado que luta pra se pequeno em razão
da pequenez de alguns de seus habitantes.
Como desabafou o empresário Roberto Santiago, cujo principal defeito é o
de ser rico, a novela da permuta afastaria qualquer investidor da
Paraíba para sempre. Ainda mais sádico do que tudo isso é ver, durante a
novela, as mesmas figuras que criminalizavam a permuta cobravam e
reclamavam do atraso na construção dos empreendimentos sugeridos pela
permuta.
Agiam como quem atira para todos os lados pra atingir qualquer coisa que se mova. Especialmente se for pra frente.
Agora, com o aval do Judiciário e dos órgãos de controle externo,
pergunta-se: alguém vai pedir desculpas? Não a Roberto Santiago nem ao
governo do Estado. Mas à Paraíba, a João Pessoa, ao bairro de
Mangabeira, à Polícia Civil, enfim, ao paraibano.
Durante dois anos e dois meses, foram os que mais saíram prejudicados.
Tudo porque a Paraíba parecer ser o único lugar do Brasil em que se
permuta desenvolvimento por atraso.
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