O governador Ricardo Coutinho (PSB) deu nesta sexta-feira 13 aquilo que muita gente já cobrava dele há algum tempo. Falou sobre a possibilidade de enfrentar Cássio Cunha Lima nas eleições de 2014. O premiado com a resposta tantas vezes negada por Ricardo em entrevistas anteriores foi o repórter Thiago Morais, jovem jornalista conhecido pelo estilo CQC de perguntar. Ricardo disse o que somente Ricardo diria. E, não obstante o eco e arepercussão de sua fala, não foi além nem aquém do que poderia dizer.
O primeiro ponto que ele deixou claro, antes mesmo da primeira pausa na fala, é de que, como sempre, nunca se colocou no processo político com medos e receios de enfrentar bonanças ou tempestades. Que confia integralmente, estando certo ou errado, no resultado e nos efeitos da sua gestão. E nem poderia ser diferente. Qualquer sinal de hesitação do governador sobre o próprio governo revelaria uma fragilidade impossível de sustentar politicamente.
Ora, antes de qualquer pessoa, é o governador que tem que referendar a sua gestão, conferindo resultados que o leve a uma disputa eleitoral com musculatura. Em qualquer cenário. Isso é fundamental pra quem quer ganhar qualquer disputa na vida. Acreditar em si mesmo.
Quem acompanha, mesmo que de longe, a trajetória política de Ricardo Coutinho sabe que ele tem pavor de se mostrar um líder como hesitação ou titubeios. Ele é da escola que acredita que nada mais fraco do que expor fraquezas. Na campanha mesmo de 2010, com o apoio fundamental e indiscutível de Cássio, o então candidato Ricardo Coutinho fazia questão de preservar uma autonomia a fim de que as pessoas soubessem que ela era o nome apoiado pelo tucano, mas não controlado.
Pra não ficar apenas nisso, e amenizar o tom supostamente presunçoso ou ameaçador de sua fala, Ricardo reafirmou aquilo que tem deixado claro interna e externamente. Ele deseja – e, apesar de um outro deslize no campo político – trabalha pela manutenção da aliança com o senador Cássio Cunha Lima. “Estamos governando, avançando e temos um compromisso dentro de um projeto para 2013, 2014 e 2018”, declarou.
Ao reafirmar tal desejo, o governador, perceptivelmente, deixou no ar aquilo que foi mais importante em sua fala. Que um eventual rompimento não encontraria explicação lógica. Em outras palavras, que vai se esforçar para manter a aliança adotando tudo o que for possível para que qualquer sinal de rompimento não encontre razões no seu modo de ser, agir ou pensar, assegurando um discurso político caso seja necessário utilizar.
Do jeito que só ele sabe.
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