Ter
, 24/09/2013 às 21:32
Vera Rosa | Agência Estado
O governador do Ceará, Cid Gomes, negociou na segunda-feira, 23,
com o colega de Pernambuco, Eduardo Campos, a sua provável saída do PSB.
"Eu disse ao Eduardo: ou a gente fica ou a gente sai em paz", contou
Cid ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
De
malas prontas para deixar o PSB, Cid não quer que ele e seus seguidores
sejam "perseguidos" por Campos e foi esse o acerto feito com o
governador de Pernambuco, presidente nacional do partido e pré-candidato
ao Palácio do Planalto, em 2014. Na prática, Cid obteve de Campos o
compromisso de que ele não lutaria para reaver os mandatos de quem
saísse do PSB. "No nosso caso isso está pactuado. Se sairmos, nenhum
mandato será questionado. Embora a meu juízo a melhor posição seja a
saída, não posso antecipar nada sem ouvir os deputados e candidatos do
meu partido", afirmou o governador do Ceará ao Broadcast.
Cid
convocou reunião da Executiva Estadual do PSB para esta noite, com o
objetivo de oficializar a decisão, mas o encontro ainda não terminou. O
governador do Ceará apoia a candidatura da presidente Dilma Rousseff a
um segundo mandato e entrou em rota de colisão com Campos, que pretende
disputar a vaga no ano que vem.
Na semana passada, a
Executiva Nacional do PSB decidiu entregar os cargos no governo Dilma,
incluindo os dois ministérios controlados pelo partido (Integração
Nacional e Portos). Cid foi voto vencido. "Eu acho que a hora de o PSB
ter candidato próprio à Presidência da República não é agora. É 2018.
Mas não sou quinta coluna. Não quero brigar com ninguém", argumentou
ele.
O ministro da Integração, Fernando Bezerra, esteve no
Planalto na última quinta-feira , 19, munido da carta de demissão, mas
Dilma pediu a ele que ficasse mais uma semana no cargo.
Até
agora, o mais cotado para ocupar a Integração é o senador Vital do Rêgo
(PMDB-PB). Tradicionalmente, esse ministério sempre acaba controlado
por um político do Nordeste. Cid disse ao Broadcast que o ministro dos
Portos, Leônidas Cristino, seu afilhado político, também deve deixar a
pasta, mesmo com a desfiliação do PSB.
No Palácio do
Planalto, porém, o comentário é que o Ministério dos Portos continuará
sob influência de Cid e de seu irmão Ciro Gomes, ex-ministro do governo
Lula e atual secretário da Saúde do Ceará. Além dos ministérios, o PSB
tem ainda as presidências da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco
(Chesf), da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste
(Sudeco), diretorias da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São
Francisco (Codevaf), da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste
(Sudene) e do Banco do Nordeste.
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