A seriedade eleitoralmente desconcertante de Zenóbio

segunda-feira, 29 de outubro de 2013

Ele sempre foi conhecido pelo jeitão mais fechado e menos expansivo do que se exige de um político. Mas o prefeito de Guarabira, ex-deputado Zenóbio Toscano, prefere ser chamado de sério no jeito e no trato com a coisa pública do que de condescendente e com os afagos que o poder permite fazer. Mesmo que isso renda poucos ou menos votos. Os mais próximos dizem que se assemelha muito ao governador Ricardo Coutinho (PSB), de quem é aliado.

Não é à toa que na sua gestão passou a proibir a emissão de certidões negativas para empresas que estão em débito com a gestão municipal, bem como tem cobrado IPTU de quem há anos não quitava um carnê. O resultado? Além de muita gente emburrada com o Secretário de Finanças, Cláudio Melo, maior receita nos cofres da prefeitura, que mais do que quintuplicou a arrecadação, permitindo que a gestão possa planejar obras com recursos próprios.

O que dizer ainda dos agentes fiscais da prefeitura que recebiam na gestão dos Paulino R$ 2,6 mil atingindo ou não a meta do mês e que agora só tem certo R$ 1,3 mil, chegando ao valor anterior somente se cumprirem os índices de produtividade descritos em lei.

Zenóbio também impôs restrições aos secretários municipais e só enche o tanque do carro pagando do próprio bolso. E parece que tem chateado até amigos e familiares que não encontram nele as facilidades que geralmente alguém que é amigo do rei deve ter.

Num programa de rádio neste final de semana, resumiu bem sua postura: “Não faço nada em que não possa dizer em praça pública”. É fechadão mesmo o tal Zenóbio. Isso não o impede de levar todas as terças e quintas crianças pobres das escolas públicas municipais para cumprir roteiro em João Pessoa, conhecendo os pontos históricos, paisagísticos e artísticos da cidade, fechando com almoço em restaurante do bom na Capital. É sério. Mas não é insensível. Chega a ser desconcertante.

Gestores assim nem sempre são reconhecidos. Mas são imprescindíveis para cuidar do que é dos outros.

Com blog de Luis Tôrres