28/10/2013
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16h19
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FELIPE AMORIM
ENVIADO ESPECIAL A UBERLÂNDIA
ENVIADO ESPECIAL A UBERLÂNDIA
Atualizado às 17h43.
Provável candidato do PSDB à Presidência da República em 2014, o senador
e presidente do partido, Aécio Neves (MG), afirmou nesta segunda-feira
(28) que "está dada a largada para a grande vitória" em 2014.
O discurso foi feito em evento do PSDB em Uberlândia (556 km de Belo
Horizonte), no qual o senador foi saudado como o candidato tucano ao
Planalto por 10 das 11 lideranças estaduais do partido que usaram o
palanque antes dele, como o ex-ministro Pimenta da Veiga, cotado para
disputar o governo estadual no ano que vem.
"Estamos aqui hoje não nos reunindo para um projeto partidário, muito
menos para um projeto de aliança política. Estamos aqui hoje reunidos em
Uberlândia, a segunda capital de Minas, para dizer que nós queremos dar
fim a este ciclo de governo [do PT] que tão mal vem fazendo ao Brasil,
na fragilização de nossa economia e na capacidade de avançarmos nas
conquistas sociais", disse Aécio.
Antes, o atual governador de Minas, Antonio Anastasia, defendeu o nome
de Aécio para a sucessão de Dilma Rousseff. "É chegada a hora de Minas
mostrar ao Brasil o que temos de melhor. Vamos com Aécio Neves à
Presidência da República", disse Anastasia.
Fora dos palanques, porém, Aécio tem dito, como fez também nesta
segunda-feira, que o PSDB só vai se decidir sobre o nome do partido para
a disputa da Presidência da República no ano que vem. Com Aécio,
disputa a indicação dos tucanos o ex-governador de São Paulo José Serra.
Edson Silva/Folhapress | ||
O senador Aécio Neves (de camisa azul) ao lado do governador de Minas, Antonio Anastasia (à dir.), em evento em Uberlândia |
O evento em Uberlândia foi a primeira das "Conversas com os Mineiros"
realizadas neste ano. Ele deve ainda percorrer outras três cidades do
Estado. O evento é parte da estratégia de Aécio e do PSDB para
fortalecer o nome do senador e do partido, entre o eleitorado e
possíveis aliados.
Aécio já visitou Curitiba e Maceió, em setembro, e deve ir a Manaus,
Goiânia e São Leopoldo (RS), em novembro. Também estão previstas mais
três cidades mineiras e outras seis em São Paulo até o fim do ano.
A intensificação das viagens do senador é uma tentativa de recuperar
espaço na mídia após o anúncio da aliança da ex-ministra do Meio
Ambiente Marina Silva com o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo
Campos, e da ampliação das visitas da presidente Dilma Rousseff a Minas Gerais.
Em entrevista após o discurso, Aécio disse que é cedo para definir o
candidato tucano à Presidência. "Não há necessidade de colocar agora uma
candidatura. Estou viajando o Brasil como presidente nacional do PSDB, e
buscado construir essa agenda nessa condição, de dirigente partidário",
disse. "A principal arte da política é administrar o tempo", afirmou.
O deputado federal Domingos Sávio (PSDB-MG), vice-líder da bancada
tucana na Câmara, diz que o nome de Aécio para a Presidência é uma
unanimidade entre os correligionários, "inclusive na bancada paulista".
Sávio diz que a ausência de definição oficial sobre a candidatura é uma
"questão de tempo e estratégia".
"Percebo claramente, com nossos 48 deputados federais, e com a
unanimidade da bancada paulista: é Aécio", diz. "Não há sequer uma voz
que fale que ainda está em dúvida", disse o deputado. "Mas todos temos
respeito enorme pelo ex-governador José Serra". completou.
Participaram do evento em Uberlândia, segundo a organização, cerca de 40
deputados estaduais e federais, 120 prefeitos e 200 vereadores, todos
de Minas Gerais, dos 11 partidos que compõem a base do governo
Anastasia.
ANIMAÇÃO
Na entrada do salão de eventos alugado para o encontro, faixas de ao
menos seis prefeituras saudavam Aécio como o futuro candidato do
partido. Integrantes da juventude do PSDB de Belo Horizonte, munidos de
um bumbo, duas caixas e um repique, estavam imbuídos de dar animação
carnavalesca à recepção das autoridades convidadas.
Aécio foi recebido, e discursou, por alguns instantes, aos gritos da plateia de "Brasil, pra frente, Aécio presidente".
Presente ao evento e convidado para subir ao palanque no qual as
lideranças tucanas discursaram, o deputado federal e ex-governador
(1995-1998) Eduardo Azeredo não foi citado nem recebeu homenagens de
nenhum dos 11 políticos que falaram no evento.
Já Rondon Pacheco, outro ex-governador de Minas (1971-1975), foi
homenageado em discursos ao menos três vezes. Foi citado inclusive por
Aécio.
Azeredo é réu no caso conhecido como "mensalão tucano", um suposto
esquema de financiamento ilegal de sua campanha à reeleição ao governo
de Minas, do qual teria participado o publicitário Marcos Valério,
condenado por envolvimento no mensalão petista.
Em seu discurso, o deputado federal Marcos Montes (PSD-MG), afirmou que a candidatura do PSDB tem o viés da "ética e da gestão".
Questionado sobre o possível impacto na campanha caso o STF (Supremo
Tribunal Federal) ponha o caso em julgamento em 2014, Aécio afirmou que
defende julgamento.
"Defendo que todo julgamento ocorra. Até para ficar muito claro a
diferença abissal entre o que ocorreu, eventualmente se ocorreu. Em
Minas, e aquilo que foi julgado e foi objeto de condenação pelo Supremo
Tribunal Federal", afirmou. "Não temos que temer nada. Exercemos em
Minas um governo ético e transparente", disse o senador.
Azeredo não quis dar entrevista. Mas afirmou que foi sim citado ao
microfone, quando foi convidado para compor a mesa de cerimônia.
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