Da Redação
Todos
foram pegos de surpresa com a filiação de Marina Silva no PSB de
Eduardo Campos para a disputa presidencial em 2014. Alguns dizem que é
cedo para dimensionar o impacto desta aliança e as consequências
eleitorais nos estados. O jornalista Clilson Júnior conversou com as
principais lideranças políticas da Paraíba.
Para
Veneziano (PMDB), foi surpresa, não imaginava que Marina poderia compor
com Campos no PSB. Já para o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) a
filiação de Marina enfraquece o governo Dilma e fortalece a oposição. O
governador da Paraíba Ricardo Coutinho (PSB) disse que com Marina, o PSB
ganhou uma densidade ampliada que coloca Eduardo com chances reais de
ser o presidente do Brasil.
E na Paraíba, quais os desdobramentos?
Acompanhe as entrevistas:
CÁSSIO CUNHA LIMA
Clilson Júnior:
Na FOLHA o senhor comemorou a ida de Marina para o PSB. O PSDB não fica enfraquecido com Marina Silva e Eduardo Campos juntos?
Cássio Cunha Lima responde:
Enfraquece o Governo, isso sim. Ganha a oposição! Isso que importa.
Clilson Júnior:
Qual
o reflexo prático disso na Paraíba? Fortalece a união do PSDB e PSB, já
que na Paraíba o PSDB é governo. Alguma relação para 2014?
Cássio Cunha Lima responde:
Neste
instante o que vale é a importância política do gesto de Marina
fortalecendo as oposições. As consequências eleitorais veremos depois.
Clilson Júnior:
O senhor disse: “Em
política, só há dois campos: ou você é oposição ou é governo. A opção
de Marina fortalece as oposições. E isso deve ser celebrado.”
Na Paraíba o PSDB é governo. Diante de um turbilhão de estórias, boatos,
tendências, tensões e o que se escuta nos quatro cantos deste pequenino
estado, o PSDB na Paraíba poderá assumir o espaço da oposição e ter
candidato? O senhor, pessoalmente, só trata isso ano que vem ou é fato
consumado manter essa mesma aliança de 2010 que elegeu Cássio, Rômulo e
Ricardo?
Cássio Cunha Lima responde:
Na
minha visão, como resumo da ópera: ganha a oposição com a divisão da
base do Governo, afinal são dois ex-ministros que se afastam do PT e
vence a democracia com a possibilidade de mais candidaturas. Não vamos
esquecer que até ontem as candidaturas de Marina e Eduardo Campos eram
dúvidas. Sobre eleições na Paraíba, tratarei desse tema em 2014, como
tenho dito de forma repetida.
GOVERNADOR RICARDO COUTINHO
Clilson Júnior:
Como o senhor viu a filiação de Marina no PSB ? Qual sua avaliação ?
Ricardo Coutinho responde:
Olha
Clilson, Eduardo Campos não será um candidato para marcar posição. É
candidato para ganhar as eleições, com votos e programa de governo. A
presença de Marina dá aos dois, uma densidade ampliada e que coloca
Eduardo como uma candidatura real à Presidência. Marina é a primeira de
muitas outras "novidades" que surgirão na cena política.
Clilson Júnior:
Governador,
acabo de falar com o senador Cássio. Na avaliação dele, a oposição saiu
fortalecida. Palavras dele "Enfraquece o Governo, isso sim. Ganha a
oposição! Isso que importa". Pergunto: isso fortalece a união PSB/PSDB
na Paraíba numa projeção para 2014? Isso fortalece a ideia de manter
essa mesma aliança de 2010 que elegeu Cássio, Rômulo e Ricardo?
Ricardo Coutinho responde:
Meu pensamento e ação é manter a aliança e fortalecê-la. Não existe nenhuma razão para fazermos diferente.
VENEZIANO VITAL DO RÊGO
Clilson Júnior:
Essa filiação de Marina no PSB de Eduardo Campos para o senhor é uma surpresa?
Veneziano Vital responde:
Olha
Clilson, uma surpresa não só para mim, mas imagino que para muita
gente. Confesso que essa aliança de duas pessoas sem desgastes de imagem
é um fato novo que terá desdobramentos. A ex-senadora Marina é uma
mulher respeitada e Eduardo Campos é um grande político. Acho que juntos
tiram votos de Aécio e Dilma e levam a disputa para o segundo turno.
Mas é cedo para uma avaliação mais sensata. Alguns dizem que imagem da
Marina poderá ser afetada por essa ida ao PSB. Mas isso é muito cedo.
Foi impactante.
Clilson Júnior:
Com esse novo cenário, haverá desdobramentos na Paraíba para as eleições de 2014?
Veneziano Vital responde:
Imagino
que sim. O tabuleiro foi mexido e deve mudar, já que Aécio Neves que é
candidato a presidente do Brasil e imaginava até bem pouco tempo que
teria dois palanques na Paraíba, o de Ricardo e o de Cássio Cunha Lima,
ambos governistas. Agora ele deve repensar e com certeza a relação
política entre Campos e Aécio deverá ser outra, cada um com objetivos e
palanques definidos em cada estado e na Paraíba isso não será diferente.
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