João Doria, o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, precisa se benzer. Passou para o segundo turno com dez pontos de vantagem sobre seu oponente. Desde então, enfrenta uma sucessão de trapaças da fortuna. Teve uma semana integralmente regida pela Lei de Murphy —“Quando uma coisa pode dar errado, ela dá errado”. Doria amargou três reveses.
1.Márcio França, o rival que Doria chama de “vermelho” e “esquerdista”, obteve o apoio do capitalista Paulo Skaf, presidente da Fiesp.
2.Geraldo Alckmin, o padrinho político de Doria no tucanato, grudou nele a pecha de traidor. Fez isso a portas fechadas. Mas o áudio ganhou as manchetes antes que a maçaneta fosse virada.
3. Jair Bolsonaro, a nova paixão política de Doria, tratou-o como persona non grata. O tucano voou de São Paulo para o Rio com o deliberado propósito de posar ao lado do capitão. Que preferiu não dar as caras.
Nelson Rodrigues ensinou que, sem sorte, o sujeito não chupa nem um picolé, pois pode engasgar com o palito. No comitê eleitoral de Doria, a má sorte parece ter chegado junto com a inépcia. O candidato jura que não é político. Talvez por isso tenha exagerado na matreirice política.
Por esperteza, um candidato a governador pode declarar apoio a um presidenciável que caiu no gosto do eleitorado do seu Estado. Mas ir atrás do Bolsonaro, cortejar o Bolsonaro, enganchar a viabilidade de uma candidatura na conveniência do Bolsonaro…Fazer tudo isso sem combinar com o sorveteiro é mais ou menos como pedir para ser atropelado pela carrocinha de picolé antes da primeira lambida.
O direitista Doria entrou no segundo com o pé esquerdo.
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