Atrás de eleitorado, candidato tem desistido de fundir ministérios e tem amenizado pautas radicais
As mudanças de tom na campanha do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), que por vezes tem tentado moderar o discurso radical para conquistar mais seguidores, têm influenciado em suas promessas eleitorais.
O candidato já recuou em diversas propostas que o colocaram no centro de controvérsias desde o início da campanha eleitoral.
Mais recentemente, após reuniões com representantes do agronegócio e da indústria, ele disse que irá repensar sua ideia de unir os Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente e os Ministérios da Indústria, Comércio Exterior e Serviços e da Fazenda.
Bolsonaro também disse nesta quinta-feira (25) que não vai tirar o Brasil do Acordo de Paris caso seja eleito. Ele já havia criticado o tratado para conter o aquecimento global e tinha afirmado que poderia deixar o acordo assinado por 195 países.
O candidato também conteve os ímpetos de aliados, que divulgaram planos que repercutiram mal e foram então negados por Bolsonaro.
As ideias do vice, general Hamilton Mourão (PRTB), de convocar uma Constituinte de notáveis e de alterar o 13º salário foram criticados pelo presidenciável, que também colocou panos quentes na ideia do economista Paulo Guedes de criar um novo imposto aos moldes da CPMF.
O VAIVÉM DE BOLSONARO
Fusão de Ministérios
A proposta de reduzir de 29 para 15 pastas incluía a junção dos Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente e dos Ministérios da Indústria, Comércio Exterior e Serviços e da Fazenda. Após pressão de representantes do agronegócio e da indústria, Bolsonaro diz que deve rever as medidas e manter os Ministérios separados
Saída do Acordo de Paris
Depois de dizer que tiraria o Brasil do Acordo de Paris, assinado por 195 países em 2015 com o compromisso de limitar o aquecimento global, Bolsonaro voltou atrás e disse que o Brasil continuará a respeitar o tratado caso tenha garantias de que não será criado um corredor ecológico na Amazônia
Nova CPMF
Reportagem da Folha revelou que o economista Paulo Guedes vinha falando em reuniões fechadas com empresários que pensava em criar um novo imposto aos moldes da CPMF. Bolsonaro, então, disse que não ressuscitaria o imposto e pediu mais discrição a Guedes. O guru econômico do presidenciável então cancelou quase todos os compromissos públicos que havia marcado
Constituição de notáveis
Vice de Bolsonaro, o general Hamilton Mourão (PRTB) defendeu uma nova Constituição feita por notáveis, e não por parlamentares, e referendada por plebiscito. Bolsonaro então desautorizou o general e disse que não convocará nova Constituinte
Direitos trabalhistas
Mourão criticou o 13º salário e o adicional de férias em reuniões, dizendo que são "jabuticabas brasileiras" e "mochilas" nas costas dos empresários. Bolsonaro então afirmou que são direitos garantidos em Constituição e criticou duramente o vice, falando que ele "não apita nada, mas atrapalha muito"
Redução da maioridade penal
Em seu plano de governo, Bolsonaro fala em reduzir a maioridade penal para 16 anos de idade. No entanto, mais recentemente ele tem falado em diminuir para 17 anos, para, segundo ele, diminuir os protestos e fazer uma mudança gradual, que seria complementada pelo próximo mandatário
Ataques ao STF
Bolsonaro defendeu ampliar o número de integrantes do Supremo Tribunal Federal de 11 para 21 para que ele possa nomear, caso eleito, a maioria dos magistrados. Seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, falou em fechar o STF. Mais recentemente, o presidenciável tem argumentado que foram declarações no calor do momento e diz que quer "prestigiar" o STF, "guardião da Constituição"
Fonte: Folha de SP
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