Por 21 anos, pai do volante usou o número 39
trabalhando como taxista, no Rio de Janeiro. Quando o filho foi contratado pelo
Furacão, o número se fez presente mais uma vez.
“Pai, você não vai
acreditar no que aconteceu”.
A frase em forma de
espanto foi de filho para pai. Bruno Guimarães se
preparava para o seu primeiro treino no Athletico quando
se deparou com o uniforme rubro-negro. No material entregue pelo roupeiro, deu de
cara com o número 39estampado. Mas não era
qualquer 39.
Era
abril de 2017. O volante, então com 19 anos, acabava de chegar ao CT do Caju vindo do Audax-SP. Ao
ver aqueles dois dígitos, os olhos brilharam. Na mesma hora ligou para o pai e
começou a contar sobre a inusitada coincidência - ou destino.
Do
outro lado da linha, Dick ficou emocionado. Durante 21 anos, ele trabalhou como
taxista no Rio de Janeiro usando o número 39. Em média, eram 15 horas de
expediente por dia nas ruas. Em meio à correria, sempre achava um horário para
levar o único filho aos treinos de futebol.
–
Os jogos na base aconteciam sempre dia de semana, e eu sempre que podia estava
lá na torcida. A mãe não podia ir e eu, por conseguir fazer meu horário, sempre
dava uma escapulida para acompanhá-lo. É importante estar por perto - conta
Dick.
Dick,
que também trabalhou por vários anos como motoboy, tem certeza que ver o filho
usando a 39 no Furacão foi “coisa do destino”.
–
A surpresa foi boa demais. As coisas de Deus não tem explicação. Foi do táxi
que tirávamos nosso sustento. Como trabalhava em uma cooperativa, todos se
conheciam pelo número. Eu era conhecido como o 39. Foi muito emocionante e
inexplicável quando soubemos que ele iria usar o número 39.
Antes
de assinar com o Furacão, Bruno tinha em mente pedir o número especial para
usar no novo clube e comentou sobre o desejo com seu empresário, Alexis
Malavolta.
–
Eu cheguei ao Athletico, não tinha conversado com ninguém, nem assinado nada, e
logo o número que me deram foi o 39. Fiquei espantado mesmo, eu nem acreditei.
Chegou a ser engraçado. Depois contei a história do táxi para o presidente e o
diretor, e todos riram.
Hoje,
morando em Curitiba, o pai não trabalha mais como taxista - um auxiliar segue
pilotando o número 39 pelas ruas. Mas ele não esconde a alegria de ver o filho
com a 39 no Furacão.
–
Eu conquistei tudo com esse número e meu filho vai ser feliz e realizado com
esse número também. Mesmo não trabalhando mais no táxi, mantive o número e o
título da cooperativa. Espero que ele possa usar por toda carreira.
Caça-talentos trouxe volante ao Furacão
A chegada de
Bruno Guimarães ao Athletico teve a participação determinante de Antônio
Carletto Sobrinho, experiente observador técnico responsável pela montagem de
grandes times do clube desde a década de 80 até o começo dos anos 2000.
Carletto viu de perto a atuação
do volante durante a disputa da Copa São Paulo de Futebol Júnior, no início de
2017. Em seguida, prontamente indicou Bruno Guimarães para o Furacão, que
conseguiu o empréstimo do jogador junto ao Audax-SP. Em março de 2018, o
Athletico comprou o jogador, que atualmente tem contrato até fevereiro de 2023.
Ao todo, são oito gols (veja a lista abaixo) em 79
partidas oficiais.
Os gols de Bruno Guimarães no Furacão
·
2018 - Rio
Branco-PR (Paranaense), Coritiba (Paranaense), Vitória (Brasileirão), Peñarol
(Sul-Americana) e Fluminense (Sul-Americana)
·
2019 - Jorge
Wilstermann (Libertadores), Tolima (Libertadores) e Vasco (Brasileirão)
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