"É
importante que as demais instituições ponham um freio nisso e atuem na defesa
da democracia", destacou o ex-governador
16 de agosto de 2019 às 11:12
Chefe do
Executivo da Paraíba por oito anos (2011-2018), o ex-governador Ricardo
Coutinho (PSB) criticou a “violência” usada pelo
presidente Jair Bolsonaro com os governadores, com o povo e com as obras do
Nordeste. O principal exemplo, diz, seria o “abandono” do governo federal à
transposição do rio São Francisco. “É uma discriminação odienta. É importante
que as demais instituições ponham um freio nisso e atuem na defesa da
democracia”, diz.
Em
entrevista ao UOL, Ricardo pediu a responsabilidade ao Congresso e ao STF
(Supremo Tribunal Federal) para que vetem excessos de Bolsonaro. “O Congresso
pode se afirmar mais, como fez em alguns momentos, por exemplo no decreto das
armas. Ele teve boa atitude, mas não estamos vivendo momento de normalidade.
Não tem nada normal no que ocorre hoje”, afirma.
“Em qual
época na história você viu um jornal austríaco de respeito dizendo que o Brasil
elegeu um idiota? Em qual época tivemos presidente brasileiro atacando a
vontade soberana de um povo, como no caso do Nordeste? As coisas estão num
patamar anticivil.”
O
ex-governador afirma que esperava por um governo desastrado de Bolsonaro, mas o
que mais chamou a sua atenção no governo foi o que chama de violência. “É a
violência na palavra; nas relações institucionais federativas, internacionais;
na discriminação e no preconceito. Tudo hoje está sendo movimentado em torno da
violência, que é comandada pelo atual presidente da República. Todo dia sai
algo de estarrecer”, disse.
Ataques contra o Nordeste
Para Ricardo
Coutinho , os ataques não só de palavras, mas institucionais,
precisam ser mais vistos pelos outros Poderes.
“O Congresso
e o STF, naturalmente, precisam ser mais presentes nesse debate. Vejo que o
Executivo funciona a mil por hora, pelo menos na produção de coisas não civilizadas,
e não é acompanhado pelos demais Poderes. Isso é muito perigoso”, afirma o
socialista.
O
ex-governador diz que, por trás das falas, há interesses internacionais em
atingir a soberania do país e tirar proveito de minerais, vegetação e petróleo,
por exemplo.
“Em nenhum
momento da história houve um presidente tão antinacional como o que aí está –e
ele foi eleito com o lema ‘Brasil acima de tudo’. Essa conjuntura tem de ser
vencida. Não vamos ter um processo de civilização com o atual governo, que a cada
dia piora, ataca mais as instituições, não respeita mais o patrimônio que o
brasileiro construiu em tantas décadas”, diz.
Fonte: Paraíba Já
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