Amigo
do presidente Jair Bolsonaro foi encontrado em imóvel do advogado do senador,
em Atibaia
O mandado de prisão foi expedido pela Justiça do Rio de Janeiro. Segundo
informações divulgadas até agora, Queiroz estava em um imóvel do advogado
Frederick Wassef, responsável pelas defesas de Flávio e do presidente
Bolsonaro. É figura constante no Palácio da Alvorada e em eventos no Palácio do
Planalto.
Imagem retirarada de redes sociais mostra o senador Flávio Bolsonaro com
seu então assessor Fabrício Queiroz. No pedido ao STF (Supremo Tribunal
Federal) que levou à suspensão da investigação contra Queiroz, Flávio Bolsonaro
alegou ter foro privilegiado no Supremo e pediu a anulação das provas
recolhidas pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). O
ministro do STF Luiz Fux determinou nesta quinta-feira (17) a suspensão das
investigações, mas não chegou a analisar o pedido para a anulação das provas Reprodução/
Queiroz é investigado por participação em suposto esquema de "rachadinha" na Assembleia
Legislativa do Rio de Janeiro, no gabinete do então deputado
estadual Flávio Bolsonaro. "Rachadinha" é quando funcionários são
coagidos a devolver parte de seus salários. O filho de Bolsonaro foi deputado
estadual de fevereiro de 2003 a janeiro de 2019.
A operação que prendeu Queiroz em SP`foi comandada pelo delegado Nico
Gonçalves, chefe do Dope (Departamento de Operações Policiais Estratégicas) da
Polícia Civil.
A unidade foi criada pelo governador João Doria (PSDB-SP) em agosto do
ano passado para tratar para coordenar ações em casos sensíveis, como extorsão
mediante sequestro, agrupando policiais de diversas delegacias especializadas.
Ela é vista dentro da polícia como a menina dos olhos do governador na área
investigativa no estado.
Além da prisão de Queiroz, policiais civis e promotores fazem busca e
apreensão no imóvel em que Queiroz foi encontrado e em outros endereços de
investigações no Rio de Janeiro. O ex-assessor de Flávio deve ser transferido
para o Rio de Janeiro ainda nesta quinta-feira. A Operação Anjo é coordenada
pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.
Contra outros suspeitos de participação no esquema da
"rachadinha", o MP-RJ obteve na Justiça a decretação de medidas
cautelares que incluem busca e apreensão, afastamento da função pública, o
comparecimento mensal em juízo e a proibição de contato com testemunhas. São
eles o servidor da Asssembleia Matheus Azeredo Coutinho, os ex-funcionários
Luiza Paes Souza e Alessandra Esteve Marins e o advogado Luis Gustavo Botto
Maia.
Ao investigar a Alerj, Ministério Público Federal pede ao Coaf dados de
movimentações financeiras de gabinetes dos deputados. Material é encaminhado em
janeiro de 2018 ao Ministério Público do Rio. Em julho, com base nas
informações do Coaf, Promotoria abre investigação criminal sobre Fabrício
Queiroz sob suspeita de lavagem de dinheiro e ocultação de bens. O ex-policial
faltou a depoimentos, mas deu entrevista ao SBT Reprodução/
Flávio é investigado desde janeiro de 2018 sob a suspeita de recolher
parte do salário de seus subordinados na Assembleia do Rio de 2007 a 2018. Os
crimes em apuração são peculato, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e
organização criminosa.
A apuração relacionada ao senador começou após relatório do antigo Coaf, hoje
ligado ao Banco Central, indicar movimentação financeira atípica de Fabrício
Queiroz, seu ex-assessor e amigo do presidente Jair Bolsonaro.
Além do volume movimentado, de R$ 1,2 milhão em um ano, chamou a atenção
a forma com que as operações se davam: depósitos e saques em dinheiro vivo em
datas próximas do pagamento de servidores da Assembleia.
Queiroz afirmou que recebia parte dos valores dos salários dos colegas
de gabinete. Ele diz que usava esse dinheiro para remunerar assessores
informais de Flávio, sem conhecimento do então deputado estadual. A sua defesa,
contudo, nunca apontou os beneficiários finais dos valores.
Em abril do ano passado, a Justiça autorizou as quebras de sigilo
bancário de Flávio, sua mulher, Queiroz e outras 101 pessoas físicas e
jurídicas. Os alvos eram ex-funcionários e pessoas que compraram ou venderam
imóveis para o senador nos últimos anos.
Em dezembro, o magistrado autorizou o cumprimento de mandados de busca e
apreensão em 24 locais, incluindo a franquia da Kopenhagen em que o senador é
um dos sócios.
A Promotoria suspeita que a empresa era usada para lavar dinheiro obtido
na “rachadinha”. Outro meio de lavagem, avaliam promotores, é a compra de venda
de imóveis. De acordo com o MP-RJ, Flávio lavou R$ 2,3 milhões cuja origem é a
"rachadinha" operada por Queiroz.
O senador nega desde o fim de 2018 que tenha praticado
"rachadinha" em seu gabinete. Afirma que não é responsável pela
movimentação financeira de seu ex-assessor.
Fabrício Queiroz entre a filha Evelyn e Flávio Bolsonaro Reprodução
QUESTÕES AINDA SEM
RESPOSTA NO CASO QUEIROZ
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Quem eram os assessores informais que Queiroz
afirma ter remunerado com o salário de outros funcionários do gabinete de
Flávio?
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Por que o único assessor que prestou depoimento ao
Ministério Público do Rio de Janeiro não confirmou a versão de Queiroz?
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Como Flávio desconhecia as atividades de um dos
seus principais assessores por dez anos?
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Por qual motivo Jair Bolsonaro emprestou dinheiro a
alguém que costumava movimentar centenas de milhares de reais?
·
De que forma foi feito esse empréstimo pelo
presidente e onde está o comprovante da transação?
·
Onde estão os comprovantes da venda e compra de
carros alegadas por Queiroz?
·
Por que há divergência entre as datas do sinal
descrita na escritura de permuta de imóveis com o atleta Fábio Guerra e as de
depósito em espécie fracionado na conta de Flávio?
INCONSISTÊNCIAS NO PEDIDO
DO MP-RJ
Pessoas não nomeadas por Flávio Bolsonaro - Há três casos de pessoas sem vínculo político com Flávio que
foram alvo de quebra de sigilo. Elas estavam nomeadas no gabinete da liderança
do PSL na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro quando o senador assumiu o
cargo e, em seguida, as demitiu
Remuneração de Queiroz - Ao comparar gastos com vencimentos de Fabrício Queiroz, o Ministério
Público considera apenas salário da Assembleia e ignora remuneração que ele recebe da
Polícia Militar
Saques - Há erro na indicação do volume de saques feitos
por Queiroz em dois dos três períodos apontados
Laranja potencial - Promotoria atribui ao gabinete de Flávio servidora da TV Alerj que acumulava cargo com outro emprego externo
Patrimônio - Ao falar sobre um negócio que envolve 12 salas comerciais, os promotores
do Ministério Público do Rio escreveram que Flávio adquiriu os imóveis por mais
de R$ 2,6 milhões, quando, na verdade, ele deteve apenas os direitos sobre
os imóveis, que ainda não estavam quitados e continuaram sendo pagos
em prestações por outra empresa que assumiu a dívida
Fonte: Folha de SP
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