Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. O Senado da República preferiu uma
opção mais ‘conservadora’, para usar termo da moda, na hora de alterar a data
da eleição de 4 de outubro para 15 e 29 de novembro.
Deu um passo adiante quando, ouvindo o TSE e especialistas, admitiu o
respiro de pouco mais de um mês de elasticidade em relação à data
constitucionalmente prevista.
Mas não esticou a perna demais ao rejeitar a proposta de 6 de dezembro e
nem muito menos a tese de prorrogação das eleições para 2022.
Essa última seria a mais radical porque alargaria em dois anos mandatos
de prefeitos e vereadores. A maioria dos senadores disse “não’.
Não se pode prever, porém, o que sairá da Câmara, por onde tramitará a
proposta antes do destino final. Como se sabe, os deputados federais são mais
suscetíveis aos maiores interessados, os prefeitos.
Uma coisa deve-se admitir. Tanto 15 de novembro quanto 6 de dezembro,
tudo é chutômetro. Paliativo para não manter o impraticável calendário vigente
já batendo à porta de candidatos e eleitores em plena pandemia.
Se nem a flexibilização do isolamento social tem uma segurança total de
sucesso sem recrudescimento, como precisar quando realmente estaremos prontos
para aglomerar em atos de campanha ou mesmo no dia em que centenas de milhões
precisarão sair de casa para votar?
Sem um prognóstico definitivo do comportamento do vírus nos próximos
meses, seria crível, sensato e produtivo que – independente da extensão da data
– também haja o aprofundamento do debate técnico da remodelagem e modernização
do processo eleitoral.
Para um momento atípico, vale pensar e refletir sobre novas práticas,
alternativas e meios tecnológicos capazes de garantia das seguranças jurídica,
do voto secreto e da sanitariedade.
Quando mais se pensa em “novo normal” em tudo, somente as campanhas e
votações continuarão velhas?
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