Eduardo Rodrigues e Idiana Tomazelli
BRASÍLIA - Com
a forte elevação de despesas para o enfrentamento da pandemia de covid-19 no
ano passado, o rombo nas contas do governo central chegou a R$ 743,787 bilhões
em 2020, o maior déficit primário da série histórica do Tesouro Nacional, iniciada em 1997.
O resultado -
que reúne as contas do Tesouro, Previdência Social e Banco Central - representa
um déficit equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) de
2019. Naquele ano, o déficit primário havia ficado em R$ 95,065 bilhões, ou
1,3% do PIB.
Na comparação
com 2019, houve uma queda de 13,1% nas receitas e um avanço de 31,1% nas
despesas em termos reais, já descontada a inflação no período.
O rombo de
2020 foi um pouco menor que as expectativas do mercado financeiro, cuja mediana
apontava um déficit de R$ 750 bilhões, de acordo com levantamento do Projeções
Broadcast com 22 instituições financeiras.
A meta fiscal original para o ano passado admitia um
déficit (ou seja, que as despesas superassem a arrecadação com impostos e
tributos) de até R$ 124 bilhões nas contas do governo central, mas a aprovação
pelo Congresso do decreto de calamidade pública para o enfrentamento da
pandemia do novo coronavírus autorizou o governo a descumprir essa meta em
2020.
Somente as
despesas emergenciais para o combate à pandemia somaram R$ 539,6 bilhões no ano
passado, em termos reais (descontada a inflação).
Resultado de dezembro
Em
dezembro, as contas do governo central registraram déficit de R$ 44,113
bilhões, o pior desempenho para o mês desde 2016, quando o saldo foi negativo
em R$ 72,710 bilhões.
As
receitas tiveram queda real de 33,9% em relação a igual mês do ano passado. As
despesas caíram 18,7% na mesma comparação, já descontada a inflação, devido à
antecipação do pagamento do 13º dos aposentados e pensionistas - uma das
medidas de resposta à crise da pandemia de covid-19.
Ainda
assim, o volume de despesas voltadas para o enfrentamento da pandemia em
dezembro chegou a R$ 33,5 bilhões.
Fonte: O ESTADÃO
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