O
coronel reformado Ricardo Marques, nomeado Gerente Executivo de Inteligência e
Segurança Corporativa da Petrobras, tem salário-base de R$ 70 mil mensais.
Somados os benefícios variáveis, a renda mensal dele chega a R$ 130 mil. As
informações são do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
Ricardo Marques é pai do auditor
do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Marques e foi colega do
presidente Jair
Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas
Negras (Aman). Foi o coronel reformado que mandou para o presidente, por
WhatsApp, um documento feito pelo filho com estimativas não oficiais sobre
mortes por Covid.
O documento foi usado por Bolsonaro no início de
junho para questionar o número de óbitos pelo novo coronavírus no País e foi
desmentido em seguida pelo próprio tribunal.
Na terça-feira (17), Alexandre
Marques foi ouvido pelos senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)
da Covid. Durante seu depoimento, o auditor do TCU disse que o
documento apontando uma suposta subnotificação de mortes por covid-19 no Brasil
foi apenas interno e não teve validade oficial na Corte de Contas.
“Em nenhum momento passou pela minha cabeça que ele
[Ricardo Marques] compartilharia o arquivo com quem quer que fosse”, disse o
auditor na CPI, que negou ter recebido qualquer vantagem para produzir o
documento.
De acordo com Marques, ele realizou uma pesquisa na
internet e verificou que as declarações de óbito poderiam gerar inconsistências
nas notificações, informação negada pelo próprio ministro da Saúde, Marcelo
Queiroga, na comissão do Senado. O auditor afirmou que compartilhou um
documento para discussão interna com auditores do tribunal no dia 31 de maio,
mas não protocolou nenhuma informação no sistema oficial de processos do TCU.
“Não afirmei que houve subnotificação, apenas
compilei informações para promover um debate junto à equipe da auditoria”,
afirmou o auditor. “Não era um relatório, era simplesmente um arquivo do Word
sem nenhuma oficialidade.” Ainda de acordo com ele, a equipe técnica do TCU deu
assunto como encerrado e concluiu que seria impossível um “conluio” para
subnotificação das mortes por covid-19.
* Com
informações da Agência Estado
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