A candidata do PSB ao Planalto, Marina Silva, adotou nesta terça-feira
(9) o discurso de ataques às "velhas raposas" feito pelo ex-governador
de Pernambuco Eduardo Campos para atingir a presidente Dilma Rousseff
(PT), que concorre à reeleição.
Em um ato público em Belo Horizonte, sobre um ônibus de som, ela citou
os senadores José Sarney (PMDB-AP), Fernando Collor de Mello (PTB-AL),
Jader Barbalho (PMDB-PA) e Renan Calheiros (PMDB-AL), além do deputado
federal Paulo Maluf (PP-SP), como os aliados de Dilma na campanha.
"Se a Dilma ganhar, ela vai agradecer ao Sarney, ao Renan ao Collor e ao
Maluf. Se eu ganhar, eu só tenho um a agradecer: ao povo brasileiro. É
com isso que eles não se conformam", disse Marina.
A ex-senadora, que assumiu a campanha presidencial do PSB após a morte de Campos,
também inclui nas suas críticas o senador Aécio Neves, candidato
mineiro do PSDB na disputa pela sucessão de Dilma. "Se o Aécio ganhar,
ele acha que ganhou porque tem tempo de televisão, tem muito dinheiro,
tem muitas estruturas."
Ricardo Stuckert - 16.mai.2012/Instituto Lula | ||
Collor, Sarney, Lula, Dilma e FHC em Brasília, durante posse da Comissão da Verdade, em 2012 |
No evento na terra do tucano, Marina fazia uma pregação contra as
"mentiras", segundo a ex-senadora, que a campanha de Dilma vem
divulgando contra ela para ganhar "a qualquer custo".
"Ganhando, você sabe que transgrediu nos princípios, que mentiu, que
[se] juntou com quem não devia se juntar, com Sarney, com Collor, com
Renan, com Jader Barbalho (PMDB-PA), Maluf", disse, referindo-se aos
petistas.
Ao mesmo tempo que fez essas declarações, disse que Aécio e Dilma podem
ficar tranquilos, pois não vai fazer nenhum tipo de "ataque pessoal,
calunioso". "Eu prefiro sofrer uma injustiça a praticar uma injustiça.
Não vamos ganhar a qualquer custo, a qualquer preço", disse.
PETROBRAS
Marina citou também as denúncias de corrupção na Petrobras,
embora sem entrar na questão da delação feita pelo ex-diretor Paulo
Roberto Costa, que informou à Polícia Federal o pagamento de propinas a
aliados do governo –incluindo o próprio Campos.
Ela fez a referência após falar dos 11 minutos do tempo de TV da candidata petista, que, segundo ela, é uma "ilha da fantasia".
"A Dilma tem 11 minutos na TV em troca de cargos para destruir a Petrobras, como acontece agora com a corrupção", disse.
A candidata do PSB pediu ajuda aos seus apoiadores e eleitores para ajudá-la a desfazer os "boatos" que espalham contra ela.
Antes de se lançar candidato da oposição, Campos fez parte do governo
Lula como ministro e manteve o apoio formal aos petistas até este ano.
Em frente ao local do ônibus da candidata, havia uma fila de
distribuição de ingressos do Natura Musical, promovido pela empresa que a
apoia. Algumas das pessoas na fila vaiaram a candidata. Isso, porém,
não interferiu no ato público realizado na praça.
Campanha Marina Silva
Marina Silva conversa com alunos da creche Unibes, no centro de SP
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