15/05/2015 às 13h54
A presidente Dilma Rousseff se reunirá no fim da tarde do próximo
domingo (17) com ministros no Palácio da Alvorada, residência oficial em
Brasília, para definir o valor do corte no Orçamento que o governo
deverá anunciar na próxima semana. Tecnicamente chamado
“contingenciamento”, o bloqueio deve ser anunciado 30 dias corridos após
a sanção pela presidente do Orçamento aprovado no Congresso Nacional,
que ocorreu em 22 de abril. O corte consiste em retardar ou “inexecutar”
parte da programação de despesas prevista na Lei Orçamentária em função
da insuficiência de receitas.
A expectativa é que sejam chamados ao Alvorada os ministros da equipe
econômica, entre eles Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa
(Planejamento), além dos integrantes da coordenação política do governo,
como Aloizio Mercadante (Casa Civil).
Em meio às medidas de ajuste fiscal que o governo propôs ao
Legislativo para reduzir gastos e reequilibrar as contas públicas, o
vice-presidente da República, Michel Temer, afirmou que, se o Congresso
não aprovar o ajuste da forma proposta pelo Planalto, o
contingenciamento será “radical”.
A própria presidente Dilma, durante evento no Rio Grande do Sul em
março deste ano, afirmou que o corte no Orçamento deste ano será
“significativo”. Na avaliação dela, é “fundamental” o governo cumprir a
meta de superávit primário (economia feita pelo governo para pagar juros
da dívida pública) correspondente a 1,2% do Produto Interno Bruto
(PIB).
Reuniões
Ao longo das últimas semanas, Dilma tem se reunido com o
vice-presidente Michel Temer e ministros das mais diversas áreas para
discutir os cortes. Após um desses encontros, a ministra da Agricultura,
Kátia Abreu, chegou a afirmar que a presidente analisaria
“pessoalmente” os cortes em cada pasta.
Em 25 de abril, por exemplo, durante reunião convocada no Palácio da
Alvorada para definir o pacote de investimentos em infraestrutura, Dilma
pediu aos ministros presentes – entre eles Nelson Barbosa
(Planejamento), Eliseu Padilha (Aviação Civil) e Eduardo Braga (Minas e
Energia) – que elaborassem documentos para apresentar os projetos
prioritários de cada pasta a fim de não prejudicá-los com o
contingenciamento.
Valores
Desde 2011, quando Dilma assumiu a Presidência da República, o
governo contingenciou por ano, em média, R$ 46,7 bilhões. Em 2011,
primeiro ano da petista à frente do Palácio do Planalto, o bloqueio foi
de R$ 50 bilhões. Já em 2012, esse valor subiu para R$ 55 bilhões. Em
2013, caiu e chegou a R$ 38 bilhões e, no ano passado, ficou em R$ 44
bilhões.
Embora o valor deste ainda não tenha sido definido, há expectativa no
Planalto que o o corte deste ano seja superior à media do primeiro
mandato da presidente.
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