O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu na abertura de inquérito
contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) que ele preste depoimento em até
90 dias sobre as suspeitas de recebimento de propina de Furnas.
A solicitação foi feita ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal)
Teori Zavascki, relator dos casos relacionados à Operação Lava Jato.
Ainda não houve resposta do ministro sobre o pedido de investigação.
O pedido de abertura de inquérito teve como base a delação premiada do
senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), mas também contou com novas
informações prestadas pelo doleiro Alberto Youssef, um dos primeiros
delatores da Lava Jato.
Youssef relatou que Aécio recebia valores mensais, por intermédio de sua irmã, da empresa Bauruense, contratada por Furnas.
Também deve ser ouvido o ex-diretor de Furnas Dimas Toledo, apontado por Delcídio como responsável por repasses de propina.
Janot também escreveu, no pedido ao Supremo, que uma operação da Polícia
Federal no Rio encontrou documentos de doleiros que confirmam a
existência de uma conta no exterior ligada a uma fundação em nome da mãe
de Aécio, Inês Maria Neves Faria. O fato havia sido citado na delação
de Delcídio. "Referidas informações constituem um conjunto harmônico e
apontam para a verossimilhança dos fatos descritos", apontou Janot.
Janot também solicitou um inquérito contra Aécio e o deputado Carlos
Sampaio (PSDB-SP) sob suspeitas de envolvimento na maquiagem de dados do
Banco Rural para esconder o mensalão mineiro, na época em que Aécio era
governador de Minas.
Além de Aécio, há outros pedidos que atingem a cúpula do PMDB,
o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva,
ex-tesoureiro da campanha presidencial de Dilma Rousseff, e o presidente
da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
OUTRO LADO
Em nota, Aécio disse ter "convicção de que as investigações deixarão clara a falsidade das citações feitas".
Aécio afirmou considerar "natural e necessário que as investigações
sejam feitas, pois irão demonstrar, como já ocorreu outras vezes, a
correção da sua conduta".
"Quando uma delação é homologada no Supremo Tribunal Federal, como
ocorreu com a delação do senado Delcídio do Amaral, é natural que seja
feita a devida investigação sobre as declarações dadas. Por isso, na
época, o senador defendeu publicamente que fossem abertas investigações
sobre as citações feitas a seu nome", disse, no texto enviado à
imprensa.
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