12/05/2016 às 10h20
O
ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, acolheu pedido da
Procuradoria Geral da República e autorizou abertura de um inquérito
para investigar o senador Aécio Neves (PSDB-SP) em razão de supostas
irregularidades na estatal Furnas.
O senador, que também é
presidente nacional do PSDB, diz considerar “necessária” a investigação e
afirma que não há prova ou indício de irregularidade cometida por ele (leia mais ao final desta reportagem).
“É
natural, e agradeço isso, porque me dará a oportunidade de provar o
absurdo dessas denúncias, como já ocorreu no passado com as mesmas
denúncias que foram arquivadas pelo menos duas vezes”, afirmou o senador
na manhã desta quinta (12), logo após a votação que aprovou a abertura
do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Gilmar
Mendes também permitiu o desarquivamento da citação feita pelo doleiro
Alberto Yousseff sobre o parlamentar, conforme pedido do
procurador-geral da República Rodrigo Janot.
O doleiro disse que
Aécio dividia uma diretoria de Furnas com o PP e que ouviu isso do
ex-deputado José Janene. E que também ouviu que o senador recebia
valores mensais, por meio da irmã, de uma das empresas contratadas por
Furnas.
A suposta propina ao parlamentar teria sido paga entre
1996 e 2001. O procurador quer investigar o senador por corrupção
passiva e lavagem de dinheiro.
Em seu acordo de delação premiada, o
senador cassado Delcídio do Amaral (sem partido-MS) afirmou que Aécio
foi beneficiário de um “grande esquema de corrupção” na estatal Furnas.
Esse suposto esquema, segundo Delcício, era operacionalizado por Dimas
Toledo, ex-diretor de engenharia de Furnas, e que teria “vínculo muito
forte” com Aécio.
O ministro Gilmar Mendes autorizou ainda as
diligências pedidas pela PGR, que devem ser cumpridas pela Polícia
Federal em até 90 dias: depoimento de Aécio, do ex-diretor de Furnas
Dimas Toledo, juntada de investigação sobre Furnas feita pela Polícia
Federal.
Mendes foi escolhido como relator do caso nesta
quinta-feira (11). Na última terça, o ministro Teori Zavascki entendeu
que a investigação não tinha relação com o esquema de corrupção na
Petrobras, apurado na Operação Lava Jato, e enviou o pedido para o
presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, determinar sorteio para novo
relator.
Delação de Delcídio
Rodrigo Janot afirmou que a delação de Delcídio e elementos de convicção dela decorrentes “constituem indubitavelmente provas novas a exigirem o desarquivamento menção feita por Yousseff”.
Rodrigo Janot afirmou que a delação de Delcídio e elementos de convicção dela decorrentes “constituem indubitavelmente provas novas a exigirem o desarquivamento menção feita por Yousseff”.
Janot cita que,
segundo Delcídio e Youssef, a irmã de Aécio tinha empresas em seu nome
na época dos fatos. E que a Operação Norbert, feita no Rio de Janeiro
pela Polícia Federal, apontou que diversas pessoas, valendo-se de
doleiros, criaram empresas para manter e ocultar valores no exterior,
“inclusive na Suíça e no Principado de Liechtenstein, na Europa”.
Aécio nega
Em nota divulgada por sua assessoria na manhã desta quinta, Aécio afirmou que considera natural” que as investigações sejam feitas e que se trata de temas “analisados e arquivados anteriormente”.
Em nota divulgada por sua assessoria na manhã desta quinta, Aécio afirmou que considera natural” que as investigações sejam feitas e que se trata de temas “analisados e arquivados anteriormente”.
Leia abaixo íntegra da nota da assessoria de Aécio:
Quando
uma delação é homologada pelo Supremo Tribunal Federal, como ocorreu
com a delação do ex-senador Delcídio Amaral, é natural que seja feita a
devida investigação sobre as declarações dadas.
Trata-se de temas que já foram analisados e arquivados anteriormente.
O
senador Aécio Neves tem convicção de que, como já ocorreu no passado,
as investigações irão demonstrar a falsidade das citações feitas.
Assessoria do senador Aécio Neves
G1
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