O vice-presidente Michel Temer vive um dilema com a possibilidade real de assumir esta semana o comando do Palácio do Planalto interinamente: repetir o modelo do governo Dilma Rousseff de loteamento político ou de tentar reduzir o número de ministérios. Segundo aliados próximos, Temer avalia o impacto na opinião pública de sua decisão.

O vice-presidente sabe que terá forte desgaste de imagem se ceder às pressões dos partidos no chamado toma-lá-dá-cá. Inicialmente, a proposta era de fazer um governo com notáveis nas principais pastas e ceder aos partidos em ministérios mais periféricos.

Mas, ao mesmo tempo, Temer sabe que precisa de uma base aliada no Congresso muito forte para aprovar as reformas mais urgentes propostas pelo ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles – nome escolhido para a Fazenda num eventual governo – para reverter a situação econômica do país.

“Temer não será candidato à reeleição. Ele terá pouco tempo. Portanto, tem que saber se vai ceder às pressões dos partidos, ou conseguir fazer um governo em sintonia com a opinião pública”, ressalta um interlocutor do vice-presidente em conversa com o Blog.

Temer decidiu aproveitar a pausa do Dia das Mães para refletir sobre esse dilema