A suspensão do mandato de Eduardo Cunha deixou Silas Malafaia enfurecido. O pastor, líder da igreja evangélica Assembleia de Deus Vitória em Cristo, disse, de modo exaltado, que o afastamento de Cunha pelo STF é uma 'vergonha'
Silas Malafaia está furioso com o afastamento de Eduardo Cunha
Em
vídeo publicado em suas redes sociais, o pastor Silas Malafaia, líder
da igreja evangélica Assembleia de Deus Vitória em Cristo, criticou o afastamento de Eduardo Cunha do mandato de deputado federal, determinado pelo ministro do STF Teori Zavascki e, em seguida, referendado pelo plenário do Tribunal por 11 votos a 0.
Na gravação, Malafaia pontua que apoiou, sim, Cunha para o cargo de
presidente da Câmara. Segundo o pastor, à época o deputado não tinha
contra si nenhuma acusação.
No registro, Malafaia critica de forma incisiva a decisão de Teori,
chamando de “canetada” o pedido de afastamento do peemedebista. “Uma
afronta! A Constituição tem que ser respeitada. Nunca vimos isso na
História. É uma vergonha, quero deixar aqui meu protesto”, esbraveja
Malafaia.
Apesar da fala de Malafaia (sobre seu apoio ter sido dado enquanto
Cunha não estava envolvido em denúncias de corrupção), a linha do tempo
da Operação Lava Jato contradiz o pastor.
Em janeiro de 2015, Cunha foi citado nas investigações pelo policial
federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca. De acordo com
depoimento dado pelo policial, o deputado do PMDB teria sido beneficiado
diretamente pelo esquema de corrupção instalado na Petrobras. Careca,
inclusive, afirmou ter entregue dinheiro na casa de Cunha, no Rio de
Janeiro.
No mês seguinte, já com a citação incluída nos arquivos da Lava Jato,
o peemedebista foi eleito presidente da Câmara. Com o apoio de Malafaia
Afastamento tardio
Enquanto Silas Malafaia protesta contra o afastamento de Eduardo
Cunha, outros setores consideram que a decisão do STF foi tardia.
“É preciso que nos questionemos: por que só agora? Afinal, dissemos
em alto e bom som que um criminoso, alguém que abriu um pedido de
impeachment por vingança, não tinha legitimidade para conduzir este ou
qualquer outro processo na Câmara, e fomos ignorados. Enquanto isso,
suas manobras seguiram no Conselho de Ética da Câmara sem que o
judiciário tomasse uma decisão sobre uma ação de dezembro de 2015”,
pontua a deputada Maria do Rosário (PT-RS).
Para interlocutores do governo, tirar Eduardo Cunha da cadeira da
Presidência da Câmara, agora, só favorece Michel Temer. Caso o atual
vice-presidente assuma o poder, terá um peso a menos nas costas e será
alvo de menos questionamentos.
A relação de proximidade e cumplicidade entre Michel Temer e Eduardo
Cunha foi confirmada, recentemente, em um vídeo em que o vice-presidente
da República rasga elogios ao ex-presidente da Câmara. Assista aqui.
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