Segundo aliados, ele ainda aposta em maioria para mudar resultado na CCJ
BRASÍLIA - Na avaliação feita com os poucos deputados que estiveram
na residência oficial da Câmara para prestar solidariedade, o presidente
afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) debitou sua derrota ontem no Conselho
de Ética ao que chamaram de “maldição do impeachment”. Segundo relato
dos deputados que o visitaram ontem, apesar do baque e da surpresa, ele
não jogou a toalha, continua o “ice-man” de sempre e ainda
aposta em maioria para mudar o resultado na Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ). Seus aliados, entretanto, acham que não tem mais saída e
“será uma avalanche” no plenário.
Mesmo
sem confessar verbalmente arrependimento, Cunha avalia que se tivesse
feito um acordo com o PT quando da abertura do processo de sua cassação
no Conselho e não tivesse encaminhado o processo de impeachment da
presidente afastada, Dilma Rousseff, não estaria passando por isso.
- É a maldição do impeachment. O Ibsen também aprovou o impeachment
de Collor e depois foi cassado - completou um dos deputados presentes na
conversa com Cunha.
Sobre a possibilidade de reverter a derrota com recursos na Comissão
de Constituição e Justiça, Cunha demonstrou aos aliados ser sua última
trincheira para tentar evitar a votação no plenário. Disse que se fosse
num palco imparcial, sem pressão da mídia e população, ele teria chances
de provar nulidades na relatoria do deputado Marcos Rogério (DEM-RO).
Seus aliados não tiraram sua esperança na conversa, mas acham que não
tem mais jeito.
- Saída não tem mais. A visão dos deputados que apoiam Cunha na CCJ
era uma antes da derrota no Conselho e outra hoje, depois da derrota.
Ele vai perder apoio também na Comissão. E no Plenário vai ser uma
avalanche - avaliou um dos deputados que votaram ontem contra a cassação
e depois foram visitar Cunha em sua casa.
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