Procurador-geral pediu ao STF para investigar Mendonça Filho na Lava-Jato
BRASÍLIA — O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu, em
janeiro deste ano, uma investigação para apurar se o atual ministro da
Educação, Mendonça Filho (DEM-PE), recebeu propina de empreiteira
investigada na Operação Lava-Jato. Na época, ele era deputado federal,
vindo a assumir o ministério apenas em maio.
O pedido está em inquérito que investigava o ex-ministro da
Comunicação Social Edinho Silva. No caso de Mendonça, há suspeita em
relação a uma doação eleitoral de R$ 100 mil feita pela UTC em 2014.
Janot identificou que a empresa fez duas doações nesse valor, uma em 5
de agosto de 2014 e outra em 5 de setembro de 2014, ao diretório
nacional do DEM.
"Além da pessoa do ministro Edson Antonio Edinho da Silva, foram
encontrados indícios de possível recebimento de propina por parte do
Deputado Federal José Mendonça Bezerra Filho, do DEM/PE, consistente em
imagem arquivado em um dos celulares apreendidos em poder de Walmir
Pinheiro, compatível com folha impressa identificando o partido
Democratas e informando dados bancários de uma conta para doações de
campanha eleitoral para o ano de 2014, havendo manuscrito de R$
100.000,00 (cem mil reais) e do nome do Dep. Mendonça Filho, além de
registro impresso do tesoureiro do partido, Romero Azevedo", escreveu
Janot.
Walmir Pinheiro, ex-executivo da UTC, é um dos delatores da Lava-Jato. Ele também fez acusações incriminando Edinho.
Em nota, o ministro negou ter recebido doação da UTC em 2014. "O
deputado foi, à época, procurado por interlocutores da UTC oferecendo
doação legal no valor de R$ 100 mil. Neste contato, Mendonça Filho disse
que não queria essa doação, mas se a empresa quisesse doar para o
partido o fizesse. A doação foi feita ao partido de forma legal e está
registrada na prestação de contas do partido de 2014, junto a Justiça
Eleitoral", diz trecho da nota.
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