25/08/2016 às 13h59 • atualizado em 25/08/2016 às 14h00
Senadores
se desentenderam e bateram boca no final da manhã desta quinta-feira
(25), no primeiro dia de julgamento da presidente afastada Dilma
Rousseff no processo de impeachment, após a senadora Gleisi Hoffmann
(PT-PR) afirmar que “metade do Senado” não tem moral para julgar a
petista.
Senadores favoráveis ao impeachment se irritaram com a
declaração de Gleisi e teve início um bate-boca generalizado fora dos
microfones da sessão.
O primeiro a responder à declaração de
Gleisi foi o líder do DEM, Ronaldo Caiado. Em tom irônico, o parlamentar
goiano interrompou a senadora petista e afirmou que ele e os outros
parlamentares da Casa não eram “assaltantes de aposentados”,
referindo-se à prisão do ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo,
marido de Gleisi, que foi preso sob acusação de envolvimento em um
esquema de corrupção que teria desviado R$ 100 milhões dos funcionários
públicos federais que fizeram empréstimo consignados.
Gleisi,
então, também alfinetou o líder do DEM. “É [assaltante] de trabalhador
escravo”, rebateu a petista, fazendo referência ao fato de Caiado ser
produtor rural em Goiás.
Um dos mais combativos aliados de Dilma,
Lindbergh Farias entrou na discussão e acusou Caiado de ter ligação com o
contraventor goiano Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos
Cachoeira.
Acusado de comandar uma quadrilha que explora jogos de
azar em Goiás, Cachoeira foi preso em junho pela Operação Saqueador, da
Polícia Federal (PF), sob suspeita de envolvimento em um esquema de
lavagem de R$ 370 milhões desviados dos cofres públicos.
“Sua ligação é com o Carlinhos Cachoeira”, gritou Lindbergh, no momento em que o senador do DEM ironizava o marido de Gleisi.
“Demóstenes
[Torres, senador cassado por suspeita de envolvimento com Carlinhos
Cachoeira] sabe da sua vida”, continuou o senador petista.
“Tem que fazer antidoping. Fica aqui cheirando, não”, provocou Caiado.
Integrante
da bancada do PT, a senadora Fátima Bezerra (RN) também entrou no
bate-boca e afirmou que líder do DEM não podia “falar mal do PT”.
Para conter os senadores, o presidente do Supremo decidiu interromper a sessão por cerca de cinco minutos.
Quando
a sessão foi retomada, Gleisi concluiu sua fala e ressaltou que, na
opinião dela, os senadores não tinham moral para julgar a presidente
afastada.
G1
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