Na edição desta semana, a revista britânica The Economist
dedicou uma reportagem às eleições municipais no Brasil. A publicação
destacou o alto índice de abstenções. “Embora o voto seja obrigatório,
quase um quinto dos eleitores não compareceu às urnas”, diz o artigo. A
publicação ressalta que os brasileiros estão cansados dos políticos
tradicionais, ao afirmar que “em muitos lugares, as abstenções e os
votos brancos e nulos somam mais votos do que os obtidos pelos
vencedores”.
A revista também salientou a grande derrota do
Partido dos Trabalhadores (PT), sigla da ex-presidente Dilma Rousseff,
afastada em agosto, que irá “lutar para recuperar sua antiga
influência”. A Economist afirma que o PT perdeu cerca de dois
terços das disputas para prefeito que havia vencido há quatro anos,
incluindo São Paulo, e que será difícil para o partido emplacar um nome
de peso na próxima eleição presidencial, em 2018.
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Segundo a Economist,
o clima antipolítico no país se deve tanto à recessão quanto ao
escândalo da Petrobras, que afeta um novo político ou empresário a cada
semana. “O porta-estandarte do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, um
ex-presidente que já foi popular, foi acusado de corrupção”, diz a
publicação britânica.
Para exemplificar a aversão dos
brasileiros aos políticos, a revista destaca que os candidatos à
prefeitura de Belo Horizonte são um ex-goleiro e um ex-presidente de um
clube de futebol (Atlético Mineiro), e que João Doria, “o primeiro a
vencer no primeiro turno” em São Paulo, é um empresário e novato na
política.
Por fim, a Economist afirma que o resultado das
eleições municipais é uma boa notícia para o “impopular presidente
Michel Temer”, pois enfraquece a tese petista de que Dilma foi vítima de
um golpe, além de o PMDB, partido do presidente, ter se mantido como
uma força na política brasileira, apesar de estar envolvido no escândalo
do petrolão.
“É difícil vislumbrar um retorno do PT”, finaliza o
texto. “Lula, que esperava concorrer à Presidência apesar das acusações e
da idade (70), se tornou tóxico para muitos de seus colegas petistas
(…) Em uma competição de perdedores, ele foi o maior perdedor de todos”.
Fonte: MSN
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