Gilmar Mendes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidente
do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) deu entrevista a jornalistas em sua
visita à escola municipal Avertano Rocha, na Cidade de Deus, zona oeste
do Rio de Janeiro. Mendes defendeu que a "grande falha" do
financiamento empresarial, suspenso pela primeira vez nas eleições deste
ano, foi a "falta de limites". "Não podemos ter financiamento de
empresas sem teto", disse.
Sobre a última reforma eleitoral,
Mendes afirmou que a considera positiva por ter reduzido os gastos com
as campanhas, "ainda que tenha ocorrido caixa 2". Ele ressaltou que o
Congresso ainda precisa discutir qual será o modelo para as eleições
presidenciais de 2018. "Se sabe o que não se quer. Não queremos mais
esse número imenso de partidos. Se vamos ter lista aberta ou um modelo
distrital, isso precisa ser definido."
Perguntado sobre a possibilidade de cassação da chapa Dilma-Temer,
o ministro disse que ainda é necessário "discutir se a responsabilidade
pelos eventuais mal feitos seria atribuída também ao vice-presidente".
Sobre a série de ocupações em escolas no Paraná,
Mendes afirmou que os TREs "tomaram todas as providências de fazer
novas locações [de votação] para evitar tumultos e conflitos". "Devemos
fazer ponderações para evitar que o direito livre de protesto tumultue o
de participar do processo eleitoral."
A recente crise entre os poderes, com tensões envolvendo o Judiciário e o Legislativo, após a Operação Métis, também foi assunto da entrevista.
Gilmar Mendes disse que este tipo de tensão é "normal", mas que acabou
se resolvendo com "diálogo e medidas judiciais cabíveis". "O Senado
entendeu que as medidas do juiz foram indevidas e o STF deferiu medida liminar [ordenando a anulação da operação]."
Mais tarde, às 10h, em coletiva de balanço do segundo turno, o ministro
afirmou que "tudo transcorre com normalidade" e que "não há razão para
preocupação".
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