Os
brasileiros têm acompanhado, nas últimas horas, um dos momentos mais
deploráveis da degradação moral no País. Não bastasse a tentativa de
aprovar anistia para caixa 2 e tantas outras traquinagens, surge essa
ópera-bufa de inferior qualidade, protagonizada pelo ex-ministro Geddel
Vieira de Lima e outros personagens como o presidente Michel Temer.
Já
é um descalabro que um ministro use a força de seu cargo, para tentar
impor a um colega o seu interesse particular acima do interesse público.
Mas, não ficou apenas nessa peça. Veio a montagem do drama dos líderes
da Câmara Federal que, tão compungidos, assinaram nota em favor de
Geddel, coitado, um chorão emérito, tão atingido em sua sensibilidade.
De
permeio, o ministro Eliseu Padilha, um dos eternos da República, com
sua atuação magistral, eclético e capaz de se amoldar a qualquer papel,
independente do Governo de plantão. E, para completar, a desastrosa
atuação de Temer, que levou para dentro de seu gabinete presidencial um
script de imoralidade, chegando ao ponto de convocar um ministro
(Calero) para desagravar o outro (Geddel).
Pode-se dizer que o
Brasil não é mesmo um País sério. Não pode ser. Esse é um temerário
mundo, em que figuras como Geddel, notório governista, usam o poder para
obter vantagens pessoais. E acham normal. Essa “normalidade” mundana é o
que caracteriza a prática mais nefasta da política no Brasil, porquanto
despreza o cidadão em favor dos apaniguados da política. Esse é, na
verdade, o Brasil. Que lástima.
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