Em entrevista exibida no domingo no canal CBS, o presidente recém-eleito
dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que abrirá mão de seu salário
no cargo, de US$ 400 mil (cerca de R$ 1,3 milhão) por ano.
"Não vou ficar com o salário. Não vou ficar", disse ao "60 Minutes",
confirmando uma promessa de campanha, feita em um vídeo em setembro
passado.
O empresário receberá o valor simbólico de US$ 1 (R$ 3,39 na cotação
desta segunda, dia 14) para cumprir a lei, que determina que o
presidente seja pago por seu trabalho.
Na conversa, Trump disse também estar "entristecido" com as notícias
sobre perseguições e intimidações a minorias, deflagradas após sua
vitória nas urnas, e finalmente pediu seu fim.
Ao mesmo tempo, no entanto, afirmou que se governo deportará ou vai prender até 3 milhões de imigrantes sem documentos assim que assumir a presidência.
"Odeio ouvir isso. Estou tão entristecido de ouvir isso", declarou,
sobre as perseguições a minorias. Em seguida, afirmou claramente: "Se
isso ajuda, vou dizer isso, e vou dizer direto para as câmeras: parem
com isso".
Na mesma conversa, afirmou que as pessoas que vêm tomando as ruas em
inúmeras cidades do país não têm razão para ter medo do futuro.
"Não tenham medo. Vamos trazer nosso país de volta", assegurou.
Ele insistiu, porém, em que —em muitos casos— se trata de manifestantes "profissionais".
"Acabamos de ter uma eleição e a gente deveria ter algum tempo. Tem
gente protestando. Se Hillary (Clinton) tivesse ganhado, e meus
eleitores estivessem protestando, todos diriam 'oh, que coisa horrível',
e teria uma atitude diferente", comentou.
"Há dois pesos e duas medidas aqui", reclamou.
NÃO AO ABORTO
Outro ponto abordado —caro ao eleitorado conservador— diz respeito às suas indicações à Suprema Corte.
Segundo ele, os juízes serão favoráveis a restrições ao aborto e
defenderão o direito constitucional de portar armas, mantendo os
direitos em vigor sobre seu acesso e posse.
"Os juízes serão pró-vida", afirmou, acrescentando que "em termos de toda a situação das armas, serão muito pró-Segunda Emenda".
Em mais um tema polêmico, o magnata republicano garantiu que não buscará
suspender a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo no
país.
"É a lei. Foi estabelecida pela Suprema Corte, quero dizer, está feito", frisou, ao ser questionado sobre se apoia uniões gays.
"E eu - eu não tenho problemas com isso", completou.
OBAMACARE
Trump também disse que manterá alguns pontos da reforma de Saúde
promovida pelo presidente Barack Obama, a qual tanto criticou na corrida
para a Casa Branca.
Sua diretora de campanha, Kellyanne Conway, declarou, porém, ao canal
Fox, neste domingo, que essa reforma, conhecida como "Obamacare", será
"revogada".
Trump também confirmou que continuará usando sua conta no Twitter. Para
ele, trata-se de uma grande ferramenta. A diferença agora é que o tom
será mais moderado, explicou o empresário.
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