Desse jeito, reforma da Previdência não passa, diz Força Sindical
Após reunião no Palácio do Planalto, o presidente da Força Sindical,
deputado Paulinho da Força (SD-SP), adiantou que já prepara uma emenda
para alterar a proposta de reforma da Previdência
que o governo promete enviar nesta terça-feira (6) ao Congresso
Nacional. "Do jeito que está, a reforma não passa", disse ele, que é um
dos principais aliados do governo do presidente Michel Temer.
O deputado chegou a dizer que, se o governo enviar a proposta da forma
como está ao Legislativo, "terá a maior confusão da história".
Na avaliação dele, é injusto o mecanismo de transição previsto no texto
do Palácio do Planalto para mulheres a partir de 45 anos e homens a
partir dos 50 anos. O deputado defende que a transição seja feita de
forma mais gradual.
"Falei com toda franqueza ao presidente: não temos a menor condição de
aceitar isso. Não queremos cometer injustiças. Isso é uma injustiça",
afirmou, após o encontro com o presidente Michel Temer e outras centrais.
Paulinho da Força disse que detalhes do tema não foram abordados. "Não faltou reunião, o que faltou foi detalhe da proposta."
Para o sindicalista, com o envio da proposta nesta terça, caberá aos
deputados e senadores dialogarem com as centrais. "O Congresso vai ter
que fazer o que o governo não fez: discutir com as centrais", disse.
Ele avalia que o governo esperou a maior parte da tramitação da PEC do Teto para enviar o texto que muda as aposentadorias. "Não pode fazer duas maldades ao mesmo tempo."
Representantes das centrais terão reunião nesta terça-feira (6) para
discutir as reações ao texto que muda as regras de aposentadorias de
funcionários públicos e de empresas privadas.
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Juruna, disse ter se
sentido "frustrado" por não ter recebido detalhe da proposta do governo.
Ele prevê mobilizações a partir de janeiro de 2017 contra alterações
nas regras de aposentadoria.
"Viemos conhecer a proposta, mas o governo não apresentou nenhuma", disse.
O presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah,
afirmou que as explicações do governo foram "falas bastante tímidas".
"Fomos contrários a mudanças na regra do jogo para quem está em
atividade", disse, reforçando o desejo das centrais de que as novas
regras sejam aplicadas apenas para quem ainda não entrou no mercado de
trabalho.
Ele lembrou da proximidade das eleições de 2018 e disse que as centrais
pretendem conscientizar os deputados e senadores para fazer "mudanças
adequadas".
0 comentar:
Postar um comentário
obrigado e comente sempre