A caixa-preta que registra as conversas do piloto foi encontrada
pelas equipes que investigam a queda do avião em Paraty que matou o
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki e mais quatro
pessoas e serão encaminhadas ao Centro de Investigação e Prevenção de
Acidentes (Cenipa) para avaliação.
A informação foi confirmada
nesta sexta-feira pela Força Aérea Brasileira (FAB). Na noite de quinta
feira, logo depois da queda do avião, nas proximidades de Ilha Rasa, a
FAB havia comunicado à reportagem de VEJA que a aeronave modelo King Air
C90GT, da Hawker Beechcraft não tinha o dispositivo.
Segundo
a assessoria, a confusão se deu porque, como esse tipo de aeronave não é
obrigado por lei a ter o dispositivo, a FAB considerou que ele não o
possuía. A inexigibilidade de caixa preta também foi confirmada pela
Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). “De acordo com o Regulamento
Brasileiro de Homologação Aeronáutica (RBHA) nº 91, para esta aeronave,
com operação privada, não era requerida a existência de gravador de voz
ou dados (caixa preta)”, disse a agência em nota a VEJA.
A
aeronave fabricada em 2006 estava registrada sob o prefixo PR-SOM. Os
certificados estavam em dia, conforme dados da ANAC. O registro de
aeronavegabilidade valia até 2022, e o de inspeção de manutenção, até
abril deste ano.
O C90GT é um turbo-hélice topo de linha
considerado seguro. “É um dos modelos mais famosos, bastante confiável, e
consegue voar até mesmo com um só motor”, disse o piloto Luís Guilherme
Andrade, 45 anos, também dono da escola de aviação Fly Training
Center. De acordo com a Flight Safe Foundation, organização que compila
informações sobre acidentes aéreos em todo, desde 2010 ocorreram oito
acidentes com o modelo, resultando em 11 mortes.
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