por Luiz Felipe Pondé
Ao ver alguém mexendo em sua conta bancária ou falando com a pessoa que
ama a 15 mil quilômetros de distância pelo celular, você não lembra,
imediatamente, que ali está uma cena, de uma longa história, que marca a
vitória de homens e mulheres sobre o tempo e o espaço. A tecnologia,
como o ar que respiramos, torna-se quase invisível com o passar do
tempo. Só percebemos sua existência quando ela falta. O tempo não foi
sempre humano, como muitos pensam.
Desde a Grécia antiga, berço da filosofia e da ciência, o homem teme a
técnica. O fogo, metáfora mais antiga para técnica, ciência e
tecnologia, era considerado fora do poder humano. Só podíamos receber o
fogo num raio, mas jamais produzi-lo. A suspeita era que com o
conhecimento do fogo destruiríamos tudo.
A sombra do medo sempre acompanhou nossa história. De um lado o medo, do outro, a ousadia e a coragem. Se o medo projeta sua sombra sobe nosso uso da técnica, a ousadia e a coragem projetam sua luz sobre este mesmo uso.
O tempo histórico sempre uniu técnica e mito, numa luta entre luz e sombra, castigada ou amada pelos deuses. Neste contexto mítico antigo, o tempo era, pois, obra dos deuses, e determinado por eles.
Com o advento da modernidade, o tempo tornou-se humano. Esse processo é chamado por muitos de “a morte dos deuses”. A modernidade é a aposta na ousadia e na coragem de termos a vida em nossas mãos. E para termos a vida em nossas mãos, precisamos ter o tempo ao alcance de nossos sonhos.
A tecnologia é a grande ferramenta que une tempo, vida e sonhos no mundo contemporâneo. O medo da técnica permanece (sendo mítico, habita o inconsciente coletivo de todos, lugar em que os deuses se esconderam), mas, muito mais associado a uma espécie de controle preventivo de danos, do que a alguma forma sombria de maldição. Não mais medo, mas, sim, cuidado e atenção.
Roubamos o fogo e o tempo da mão dos deuses. Se vencemos o espaço quando amamos a 15 mil quilômetros de distância, a vitória é maior ainda quando o fazemos depois dos 50 anos. Informação, tecnologia e ciência se unem para ampliar nossa experiência de tempo e espaço.
Nosso corpo e nosso espírito se expandem, atravessando o mundo e sua história, deixando sobre ele a marca de uma espécie que combate suas sombras com a ousadia e coragem de fazer luz ali, onde, antes, não havia.
Texto publicado originalmente em página do Banco Itaú.
A sombra do medo sempre acompanhou nossa história. De um lado o medo, do outro, a ousadia e a coragem. Se o medo projeta sua sombra sobe nosso uso da técnica, a ousadia e a coragem projetam sua luz sobre este mesmo uso.
O tempo histórico sempre uniu técnica e mito, numa luta entre luz e sombra, castigada ou amada pelos deuses. Neste contexto mítico antigo, o tempo era, pois, obra dos deuses, e determinado por eles.
Com o advento da modernidade, o tempo tornou-se humano. Esse processo é chamado por muitos de “a morte dos deuses”. A modernidade é a aposta na ousadia e na coragem de termos a vida em nossas mãos. E para termos a vida em nossas mãos, precisamos ter o tempo ao alcance de nossos sonhos.
A tecnologia é a grande ferramenta que une tempo, vida e sonhos no mundo contemporâneo. O medo da técnica permanece (sendo mítico, habita o inconsciente coletivo de todos, lugar em que os deuses se esconderam), mas, muito mais associado a uma espécie de controle preventivo de danos, do que a alguma forma sombria de maldição. Não mais medo, mas, sim, cuidado e atenção.
Roubamos o fogo e o tempo da mão dos deuses. Se vencemos o espaço quando amamos a 15 mil quilômetros de distância, a vitória é maior ainda quando o fazemos depois dos 50 anos. Informação, tecnologia e ciência se unem para ampliar nossa experiência de tempo e espaço.
Nosso corpo e nosso espírito se expandem, atravessando o mundo e sua história, deixando sobre ele a marca de uma espécie que combate suas sombras com a ousadia e coragem de fazer luz ali, onde, antes, não havia.
Texto publicado originalmente em página do Banco Itaú.
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