O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) foi eleito presidente do Senado na tarde desta quarta-feira (1).
Confirmando as expectativas, o peemedebista recebeu 61 votos, ante 10 de
José Medeiros (PSD-MT). Outros dez senadores votaram em branco.
Seu mandato vai até fevereiro de 2019. Apoiado pelo Palácio do Planalto,
Eunício assume o lugar de Renan Calheiros (PMDB-AL), que passa a ser o
líder da bancada do PMDB na Casa.
O favoritismo de Eunício foi construído desde 2015, quando ele passou a
trabalhar nos bastidores para suceder Renan. Nas últimas semanas,
costurou os últimos acordos, incluindo com a bancada do PT, que
garantiram uma ampla vitória nesta quarta.
Nem mesmo as acusações de ter recebido R$ 2,1 milhões da Odebrecht
em troca da aprovação de uma medida provisória, conforme relato do
delator Cláudio Melo Filho à Lava Jato, ameaçaram a vitória dele.
Ele nega ter recebido qualquer valor. "A MP 613. Não fui presidente da
MP, não fui líder, vice-presidente, relator, não fiz uma emenda
supressiva, aditiva...", afirmou em entrevista à Folha, na semana passada.
Na reta final, o PT, que rompeu com o PMDB no impeachment de Dilma
Rousseff, fechou com Eunício. Para garantir espaço na Mesa Diretora do
Senado, o PT acabou liberando o voto dos dez senadores. O partido deve
ficar com a primeira-secretaria, indicando José Pimentel (CE).
Desde que se tornou senador, em 2011, Eunício almeja o comando do
Senado. De lá para cá, enfrentou divergências internas no PMDB e
aproveitou para ocupar espaços importantes na Casa, como a presidência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e a liderança do seu partido.
Tesoureiro do PMDB há 14 anos, Eunício é considerado um aliado do
presidente Michel Temer, mas seu histórico de oscilações preocupa
aliados do presidente. O perfil conciliador e a discrição são fatores
alardeados por aliados como uma característica forte e marcante que o
trouxeram até aqui.
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