CRISE
Cerca de 1 milhão e meio de servidores públicos estaduais de cinco
Estados não receberão nesta quinta-feira (20) o 13º salário ou terão de
recorrer a empréstimos bancários para não ficarem sem o dinheiro no
final de ano. Estão nesta situação ao menos Rio de Janeiro, Minas
Gerais, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e Sergipe.
O maior
contingente de servidores nessa situação está em Minas Gerais, com 600
mil pessoas –400 mil da ativa e 200 mil inativos e pensionistas. Elas
deverão saber nesta quarta-feira (20) o escalonamento do 13º, segundo a
Secretaria do Planejamento.
Até agora, está garantido o pagamento
das forças de segurança, parcelado em duas vezes –a divisão gerou
protesto de servidores na última sexta-feira (15)– e de funcionários da
rede de hospitais.
Michelle Farias: O governo de Fernando Pimentel
(PT) aposta na securitização –venda de créditos que o Estado tem a
receber– para obter recursos. O deficit orçamentário é de cerca de R$ 8
bilhões.
Uma possibilidade é que o pagamento ocorra em janeiro,
com recursos do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos
Automotores).
Já no Rio de Janeiro, cuja folha de pagamento mensal
é de cerca de R$ 1,6 bilhão, a maioria dos 456.453 servidores, dos
quais 207.192 ativos, não sabem quando receberá o 13º salário deste ano.
Nesta
quarta-feira (20), com exato um ano de atraso, a Secretaria da Fazenda
pagará o 13º salário de 2016 a cerca de 250 mil servidores, além dos
salários do mês de outubro que estavam pendentes para uma parte dos
funcionários. Segundo o Estado, o pagamento do ano passado soma R$ 1,2
bilhão.
Nesta quarta (20), receberão o 13º deste ano só os 80 mil
servidores da Educação e do Degase (departamento de ações
socioeducativas).
Quanto aos demais, a Fazenda informou que
aguarda para até 60 dias a liberação de R$ 900 milhões que complementam o
valor total de um empréstimo feito pelo governo para pagar as
pendências da folha de pagamento.
Outro Estado a enfrentar
problema, o Rio Grande do Sul conseguiu só no último dia 13 quitar os
salários de novembro. Para evitar problemas aos 320 mil servidores do
Executivo, foi aberta a possibilidade de o funcionário fazer empréstimo
consignado “”com taxa de 1,42% ao mês.
Segundo a Secretaria da
Fazenda, quem não aderir receberá o 13º em 2018, em 12 parcelas, também
acrescida de juros de 1,42% ao mês. O governo José Ivo Sartori (PMDB)
tem fechado os últimos meses com déficit médio perto de R$ 1 bilhão.
A
opção do empréstimo também foi adotada em Sergipe. Para a segunda
parcela do 13º, a opção oferecida foi um empréstimo no banco do Estado.
Quem recusar receberá o valor em seis parcelas, a partir do ano que vem.
O Estado tem 41.221 funcionários.
O Rio Grande do Norte só quitou
a folha de outubro no último dia 13. O governador Robinson Faria (PSD)
se reuniu com servidores nesta segunda (18) para discutir o salário de
novembro, pago até agora só para a Educação e administração indireta.
São cerca de 100 mil servidores.
Folha
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