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Itália bate novamente recorde de mortos por coronavírus: 793 em 24h.



Roma, 21 Mar 2020 (AFP) - A Itália registrou, neste sábado, um novo recorde de mortes em 24 horas, com 793 falecimentos, elevando o número de mortos a 4.825 pela pandemia de coronavírus na península em um mês, segundo dados da Proteção Civil. As autoridades italianas anunciaram 6.557 novos casos positivos, outro recorde preocupante.

A região de Milão, Lombardia (norte), onde os serviços de saúde estão sobrecarregados, registrou a grande maioria das mortes (546) e metade dos novos casos. As autoridades lombardas pediram ao chefe de governo Giuseppe Conte que tome "medidas mais coercitivas" e imponha "novas restrições", mais severas que a proibição de reuniões e as restrições aos movimentos em vigor desde 10 de março.

"Chegou a hora de parar, mas realmente", escrevem o prefeito de Bergamo, Giorgio Gori, e o presidente da província, Gianfranco Gafforelli, em uma carta ao primeiro-ministro. "A situação em toda a região da Lombardia está assumindo o ar de tragédia e isso é ainda mais evidente, infelizmente, em nossa província de Bergamo, onde vemos muitos homens e mulheres morrendo todos os dias (...) sem podermos nem mesmo dizer um adeus", escreveram as autoridades.

Dados os numeros que todos conhecem, não é concebível que ainda hoje apostem no bom senso dos cidadãos chamados a respeitar as regras sujeitas às mais diversas interpretações", estimaram. "Os movimentos no território ainda são muito numerosos e muitos constituem um vetor para esse vírus", acrescentaram. Paolo Grimoldi, deputado da Lombardia (Liga, extrema direita), também pediu que "o governo intervenha imediatamente (...) para paralisar tudo na Lombardia".

Quinta-feira, o vice-presidente da Cruz Vermelha chinesa, Sun Shuopeng, vindo para ajudar os italianos com sua experiência, julgou que as medidas tomadas na Itália "não são suficientemente restritivas". "Precisamos interromper toda a atividade econômica. Todo mundo precisa ficar em casa", disse ele. "A situação é grave. Nos próximos dias, será dramático", escreveu a Giuseppe Conte a ordem dos médicos do Piemonte, região de Turim, onde o número de mortos chega a 238 mortos..

Um mês atrás, a Itália registrava sua primeira morte por coronavírus Em 21 de fevereiro, Adriano Trevisan morreu em um hospital perto de Pádua (norte), a primeira morte por coronavírus na Europa. Mais de 4.000 mortes depois, a Itália de um mês atrás pertence ao passado. Quem, dentre os 60 milhões de italianos, teria acreditado na necessidade de um confinamento estrito, que ninguém sabe quando terminará? Que o silêncio tomaria conta do país, que as gôndolas ficariam ancoradas em Veneza e que ouviríamos os pássaros em Roma e Milão?.

Os italianos acompanham os balanços diários cada vez mais duros. As igrejas estão fechadas, filas se formam nas entradas dos supermercados, onde se entra gota a gota, os velórios se resumem a uma bênção na maior privacidade. A polícia agora realiza 200.000 controles todos os dias. O exército em breve pode apoiá-la. Atordoados com o discurso de Giuseppe Conte, os italianos entenderam o alerta. E observam, assustados, seus vizinhos franceses comemorando aos milhares nas ruas a qualificação do PSG na Liga dos Campeões ou realizando eleições municipais.




Fonte: UOL

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