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João Doria vence prévias do PSDB e será candidato a presidente da República

 



Governador de São Paulo será o candidato da legenda para disputar as eleições presidenciais de 2022.

 

O PSDB escolheu o governador de São Paulo, João Doria, como candidato da legenda para disputar as eleições presidenciais de 2022. Foram computados 25.854 votos consolidados. João Doria teve 53,99% desses votos; Eduardo Leite, 44,66%; e Arthur Virgílio, 1,35%. As prévias do partido ocorreram neste sábado (27) depois de terem sido suspensas no domingo passado (22) devido a falhas no aplicativo de votação e denúncias de compra de votos, desfiliação de prefeitos e vices e ameaças de judicialização — os episódios acumulados mostram a dificuldade de união e a rivalidade entre líderes tucanos do país.

João Dória é o atual governador de São Paulo e tem 63 anos. O chefe do executivo paulista é filiado ao PSDB desde 2001 e vive seu maior momento na carreira política. Em 2016, foi eleito prefeito de São Paulo e deixou o cargo para disputar a eleição do governo do estado, em 2018. Vencedor, ele assumiu o cargo, que ocupa até os dias atuais, e deixou no posto o seu vice, Bruno Covas, que morreu em maio deste ano acometido por um câncer.

Durante a tentativa de realizar as prévias no último domingo, apoiadores de Leite apresentaram uma denúncia de que o grupo de Doria teria filiado 92 prefeitos e vices de forma irregular, com data retroativa, para inflar o colégio eleitoral e, assim, conquistar mais votos. De acordo com a acusação, feita pelos diretórios de Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia e Ceará, e considerada grave, as filiações teriam ocorrido após a data limite (31 de maio).

Eduardo Leite também acusou Doria de compra de votos. "Do outro lado nós vemos isso. Nós vemos, sim, compra de votos, estamos vendo denúncias de pressões indevidas, suspensão de filiações, demissão de pessoas que não apoiam [a candidatura de João Doria]”, afirmou Leite ao chegar à Comissão Executiva Nacional em Brasília na segunda-feira passada (22).

João Doria, por sua vez, negou as acusações e minimizou os ataques do colega gaúcho. “É normal colocações dessa natureza em um processo de prévias, onde a temperatura cresce. Mas colocações feitas ao sabor e ao calor de uma prévia preferimos não levar em consideração”, disse.

Virgílio, que é diplomata e teve mandato de senador por Manaus, correu por fora na disputa. Na manhã deste sábado, ele afirmou nas redes sociais que as prévias são a oportunidade para reconduzir o PSDB ao centro das decisões políticas do país. "Hoje teremos um vencedor que contará com o apoio de todos os tucanos. É o fim deste ciclo e o início de outro", declarou.

Ataques de hackers

O aplicativo de votação rápida que o PSDB utiliza nas prévias recebeu quase 30 milhões de tentativas de ataques cibernéticos durante a votação das prévias, muitas delas vindas do exterior, segundo a direção da legenda. O presidente da sigla, Bruno Araujo, disse que o partido pedirá investigação da Polícia Federal. Ainda de acordo com os dirigentes do partido, nenhuma investida de invasão foi bem-sucedida. A sigla contratou três hackers para defender o sistema de ataques. Os candidatos também têm equipes técnicas que trabalham exclusivamente com a segurança da tecnologia.

O desenvolvimento do aplicativo usado nas prévias custou R$ 364 mil ao PSDB. A votação é feita por meio do site da empresa BeeVoter, depois que a tecnologia desenvolvida pela Fundação de Apoio da Faurgs (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) apresentou problemas no último domingo.

Chance limitada de encabeçar terceira via

Mesmo depois de finalizar as prévias neste sábado (27), com a escolha de um pré-candidato à Presidência da República, o PSDB pode continuar longe de conseguir emplacar um candidato viável para a disputa presidencial de 2022. Em um cenário de polarização entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a chamada "terceira via" tem lançado nomes, e o PSDB está entre as legendas que buscam ocupar o espaço entre Lula e Bolsonaro.

Nas pesquisas, entretanto, os possíveis candidatos do PSDB têm desempenho fraco, e analistas políticos afirmam que o racha interno — agora tornado público, com brigas e acusações entre os governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite — impossibilita que a sigla "junte os cacos". Na prática, para os especialistas, o PSDB sai das prévias menor do que entrou.

Enquanto no decorrer da semana o assunto foi o aplicativo da votação dos tucanos, que teve problemas no último domingo e inviabilizou a finalização das prévias, outro grupo que tenta o protagonismo na terceira via começou a se projetar. O ex-ministro da Justiça e ex-juiz federal Sergio Moro se filiou ao Podemos e já tem se articulado em Brasília. Ele foi ao Senado, discursou, reuniu-se com políticos, empresários e subiu em palanques na busca por se consolidar como o candidato mais forte da chamada terceira via.

 

Fonte: Click PB com Mais PB

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